Médicos angolanos cumprem promessa e entram em greve hoje


Há algum tempo, o Sindicato Nacional dos Médicos Angolanos (SINMEA) convocou uma greve nacional com data de início prevista para 6 de Dezembro, cuja a finalidade é reivindicar a melhoria salarial, segurança dos profissionais da classe,  sistema de saúde, assistência primária, humanização dos serviços, melhores condições laborais, entre outras exigências. Apesar do clima chuvoso, os médicos saíram as ruas hoje para cumprir a promessa. 

Médicos de todo o país cumprem greve desde as primeiras horas, e segundo o secretário para a informação do SINMEA, Domingos Zangão, a greve é extensiva a todos os médicos destacados nos hospitais públicos e centros médicos e deve durar por um período de tempo indeterminado, ou até haver um acordo entre o seu órgão e o Ministério da Saúde.

Os profissionais da saúde deliberaram a paralisação para cinco dias e enquanto durar a greve serão prestados serviços mínimos nos bancos de urgência e cuidados intensivos, mas ficam suspensas as actividades de enfermaria e consultas externas.

As negociações entre Ministério da Saúde angolano e o SINMEA, realizadas na semana passada, terminaram sem acordo, com os médicos a acusarem a tutela de “falta de seriedade”.

Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Médicos Angolanos, Adriano Manuel, inicialmente havia sinais de pontos convergentes, mas depois a entidade ministerial “deu o dito pelo não dito”.

“Qual não foi o nosso espanto no segundo dia das negociações, o Ministério deu o dito pelo não dito depois de ter aceitado as propostas do sindicato, depois de o sindicato fazer profundas cedências mesmo sabendo que o Ministério da Saúde estava a extrapolar o ordenamento jurídico angolano”, disse.

Segundo o líder sindical, os médicos fizeram inclusive algumas cedências, como “aceitar a transferência do presidente do sindicato para um outro hospital, por ser do interesse do Sinmea em não enveredar para a greve, mas o patronato mudou a postura inicial”.

Adriano Manuel, médico pediatra e presidente do SINMEA, está suspenso de exercer a sua função, há um ano e seis meses, após denunciar a morte de cerca de 20 crianças, em dois dias, no Hospital Pediátrico de Luanda, onde trabalhava.

O levantamento da sua suspensão é um dos pontos plasmados no caderno reivindicativo do órgão sindical remetido à entidade patronal em 20 de setembro de 2021.

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