Por conta do estado de emergência declarado pelos presidentes de Angola e do Brasil, estudantes com os cursos já concluídos, turistas e angolanos que foram em busca de tratamento naquele país da América-latina, estão a viver dias de terror. Em conversa com o AngoRussia, uma das turistas contou que a situação tem vindo a se complicar cada vez mais, ao ponto de terem de passar fome e ficarem na rua por conta do aluguel que está em atraso, já apelaram a Embaixada de Angola por ‘socorro’, porque temem que as suas vidas estão em perigos, mas até ao momento não obtiveram resposta.
O espaço aéreo brasileiro de momento encontram-se encerrado devido o surto que o mundo vive do novo coronavírus. Com trauma dos episódios que têm vivido nestas últimas semanas, a cidadã angolana que preferiu não se identificar por segurança, confessou estar desesperada para voltar para sua terra natal e estar perto da família, disse que o desejo da maioria dos cidadãos angolanos, entre eles estudantes com os cursos já concluídos, é sair do Brasil, mas até ao momento não receberam nenhuma confirmação do lado de Angola que também tem as suas fronteiras fechadas há dois meses.
“Aqui a pessoas estão todas espalhadas. Eu estou sozinha vim a tratamento, tenho pessoas conhecidas em São Paulo nas mesmas condições. O grande problema é que o Brasil está um caos, nós não sabemos até aonde vai esta situação e muitos como eu deixaram famílias em Angola”, disse a turista.
Desde o passado mês de Janeiro no Brasil para dar seguimento aos tratamento de sua saúde, e quase sem o que comer, a mulher disse ainda que a situação financeira, não só a dela, como a dos outros, está a ficar cada vez mais precária, já estão sem possibilidades de continuar a pagar o aluguel e correm o risco de ficarem ao relento nos próximos dias devido aos atrasos no pagamento.
“O Consulado de Angola, pouco fala acerca do assunto, diz que também está a aguardar pela abertura da fronteira de Angola. Falou-se da possibilidade de um voo humanitário e até ao momento nunca mais tivemos notícia”, lamentou.
Em uma carta aberta dirigida ao Presidente da República de Angola João Lourenço, os angolanos retidos naquele país solicitaram o seu repatriamento devido a falta de condições para poderem se manter por lá. Leia o documento na intriga:
“Carta aberta ao Presidente da Republica de Angola
Sua Excelência Camarada João Manuel Gonçalves Lourenço
Assunto: Solicitação de repatriamento urgente de angolanos retidos na Republica Federativa do Brasil
Cordiais Saudações, Excelentíssimo Camarada Chefe do Estado angolano João Manuel Gonçalves Lourenço.
Nós os angolanos: Estudantes com os cursos já concluídos, turistas e demais angolanos que vieram em busca de tratamento, estamos a passar por uma situação financeira muito difícil, sem possibilidades de continuar a pagar o aluguel, já com vários meses de atrasos, porque as transferências bancárias são extremamente demoradas, temos prazos para entrega das moradias em que estamos, com isso corremos o risco de ficarmos na rua, não temos dinheiro para comprarmos comida, de maneira a manter o nosso sustento, encontramo-nos numa situação extremamente insustentável e sem condição digna de sobrevivência. Estamos a passar fome, socorro..
Por essas situações e outras, viemos por este meio, solicitar a Vossa Excelência camarada Presidente da Republica de Angola, que se digne por gentileza com alguma urgência, autorizar a TAAG a realizar o repatriamento. Imploramos por socorro imediato ao nosso Presidente, para que nos tire dessa situação!!”, disse uma nota.