Mais de 20 milhões de angolanos são pobres com poucas expectativas que a sua vida melhore, diz relatório


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A consultora Ovilongwa divulgou um relatório, com o primeiro inquérito feito em Angola para o Afrobarómetro e não poderia ser mais eloquente, 35% dos angolanos vive na pobreza extrema e 34% na pobreza moderada, representando uma multidão de 22 milhões de pobres com poucas expectativas de que a sua vida melhore, diz o documento.

De acordo com a nota que o AngoRussia teve acesso, para muitos angolanos, a falta de água canalizada e de casa de banho é motivo de grande preocupação diante da crise da covid-19. Apenas três em cada 10 angolanos têm água canalizada no interior das suas residências ou no quintal, enquanto quatro em cada 10 angolanos precisam sair das suas residências para terem acesso a uma casa de banho ou latrina, de acordo com os dados do primeiro inquérito do Afrobarometer em Angola. Cerca de metade dos angolanos não têm acesso à ligação eléctrica da rede pública. Esta constatação põe a descoberto os desafios que as famílias angolanas estão a enfrentar, no cumprimento das medidas sanitárias de higienização pessoal, no âmbito do combate à pandemia.

O país entrou numa nova fase das medidas de isolamento social e de protecção individual com a declaração do Estado de Calamidade Pública, depois de dois meses de Estado de Emergência. Entretanto, esta nova fase coincide com o aumento de casos de contaminação local da covid-19, elevando os riscos de circulação comunitária do coronavírus.

Nestas circunstâncias, aquelas fragilidades infraestruturais (casa de banho/latrina, água e electricidade) desafiam não só as famílias angolanas, como também o próprio executivo e sobretudo os parceiros de desenvolvimento a implementarem medidas adicionais para reforçar a capacidade do governo de melhorar a oferta de água canalizada, energia eléctrica e sanitários de campanha, diz o documento.

Segundo o economista Alves da Rocha, a recessão em Angola deverá atingir 7% este ano e prolongar-se para 2021, onde o PIB deverá diminuir entre 2,5% e 3%.

O Afrobarometer é uma rede de pesquisa pan-africana e não-partidária que fornece dados quantitativos fiáveis sobre a vivência e avaliação dos africanos da democracia, da governação e da qualidade de vida. Foram realizadas sete rondas de pesquisas de opinião pública em 38 países, entre 1999 e 2018.

A 8ª Ronda está prevista em 35 países africanos, entre 2019/2020. O Afrobarometer realiza entrevistas face-a-face na língua da escolha do entrevistado, com uma amostra nacional representativa. No seu primeiro inquérito de opinião pública em Angola, a equipa do Afrobarometer, liderada pela Ovilongwa – Estudos de Opinião Pública, entrevistou 2.400 angolanos adultos, entre 27 de novembro e 27 de dezembro 2019. Uma amostra deste tamanho produz resultados nacionais com uma margem de erro de +/- 2 pontos percentuais e um nível de confiança de 95%.


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