Luto: Morreu Azagaia, o rapper mais influente de Moçambique


Morreu hoje, quinta-feira 09 de Março, o rapper moçambicano, Edson da Luz, artisticamente conhecido por Azagaia. Este que é tido como um dos melhores rappers da lusofonia. 

Foto: Reprodução Instagram- Azagaia

Até ao momento não foi divulgada a causa da morte, mas sabe-se que Azagaia morreu em casa.

Numa conversa de um grupo de artistas no WhatsApp, indicam que o músico estava a realizar tarefas doméstica, quando subiu no telhado de casa, escorregou e caiu, perdendo a vida no momento.

Importante lembrar que Azagaia recebeu o diagnóstico de um tumor cerebral em 2014 e na altura anunciou que precisava realizar um tratamento que incluiria um procedimento cirúrgico para a retirada do mesmo, que precisaria ser feito fora de Moçambique.

Sua equipa criou uma campanha de arrecadação de fundos pela internet, “Help Azagaia”, que conseguiu arrecadar mais de 790 mil meticais, equivalente a 6.282.690 Kwanzas.

Nascido na vila de Namaacha, perto da fronteira de Moçambique e Suazilândia, filho de uma comerciante moçambicana e de um professor cabo-verdiano, Azagaia foi para Maputo, capital do país, aos dez anos de idade, onde posteriormente concluiu o ensino médio e ingressou para universidade e no mundo da música pela primeira vez, com o grupo Dinastia Bantu.

Sua carreira profissional no Rap iniciou em 2006, com o lançamento do seu primeiro álbum no ano seguinte, “Babalaze” (ressaca na língua changana), com a gravadora Cotonete Records. Desde então, não se esquivou de diversas polémicas ao disseminar ideias críticas e contundentes acerca da situação política e social do seu país, assim como do contexto internacional que o circunscreve. Entre as suas produções destacam-se faixas conhecidas como “As mentiras da verdade” e “Combatentes da Fortuna”, música que consagrou-se como o videoclipe mais assistido da história do Rap moçambicano, mesmo contando com uma forte censura televisiva.

Azagaia abordava episódios determinantes para a história do seu país, como o caso mal resolvido da morte do primeiro Presidente de Moçambique, Samora Machel, vítima da queda de um avião em 1986, ou a turbulenta transição do regime socialista marxista-leninista, implementado com a independência do país, em 1975.

 

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