O ministro dos Transportes anunciou para este ano a entrada em funcionamento de novos meios de transporte de passageiros, de grande capacidade, para facilitar a mobilidade dos cidadãos e descongestionar o trânsito em Luanda.
Augusto Tomás, que falava durante a conferência sobre prevenção rodoviária, disse tratar-se de autocarros – designados BRT – com capacidade de transporte até 150 pessoas. Estes veículos, de acordo com o ministro, vão circular em vias exclusivas que interligam com os meios de transporte colectivos”.
“São transportes rápidos de massas, com capacidade acima do normal, entre 100 a 150 passageiros, que farão transporte a partir das estações, da Estalagem, Campus Universitário, 11 de Novembro, Golfe 2, Lar do Patriota e desembocará no Talatona. Depois interligará com um comboio ligeiro que sairá do porto de Luanda e correrá toda a marginal até à zona sudoeste de Luanda”, frisou.
“É um esforço muito grande que visa interligar os quatro meios de transporte de forma a dar resposta às preocupações actuais do trânsito na capital”, evidenciou o ministro, que prevê um país, “nos próximos tempos”, ligado de Cabinda ao Cunene por um sistema de transporte em rede, por mar e terra.
“São acções e projectos que permitirão a interligação do transporte marítimo com o aéreo e o terrestre com o ferroviário”, evidenciou Augusto Tomás. Esclareceu ainda que o ministério tem já em preparação o projecto da rede de cabotagem de Luanda, que se substancia no transporte marítimo de passageiros, com a construção de terminais que ligarão infra-estruturas marítimas em terra.
“Encontram-se em fase conclusiva os terminais marítimos do porto de Luanda e Kapossoka, bem como a conclusão das obras relativas à zona do Mussulo”, notou o ministro, acrescentando que mais cinco terminais marítimos serão erguidos nas zonas de Cacuaco e Panguila, Curima, Benfica e Museu da Escravatura.
“No sábado, fizemos uma viajem experimental entre Kapossoka e o porto de Luanda e tudo correu bem”, explicou, assegurando que foram já encomendadas duas embarcações para o transporte de passageiros, ainda no presente ano.
Augusto Tomás deu ainda a conhecer que está em execução a segunda via ferroviária entre o Bungo, na baixa de Luanda, e o musseque Baía, para ligar ao município de Viana. Naquelas vias a circulação será feita com comboios rápidos que comportarão locomotivas nas duas extremidades, fazendo a interligação com o novo Aeroporto Internacional de Luanda, explicou o ministro, prevendo que todas estas infra-estruturas vão contribuir para descongestionar o tráfego em Luanda.
Explorar e rentabilizar a Costa Atlântica
Portanto, continuou, “está ainda prevista a construção de três terminais inter-provinciais, que estarão no Kilamba, em Cacuaco e em Viana, zonas de concentração de massas”, acentuou o ministro, anunciando para breve a criação de linhas exclusivas para autocarros de transportes públicos.
No que toca às províncias, Augusto Tomás explicou que estão igualmente em preparação e execução os respectivos planos directores provinciais de logística e transporte.
“Além deste projecto, que começa em Luanda, teremos também a rede de cabotagem, a norte de Angola, que vai ligar Cabinda à província do Zaire. Através de embarcações especializadas far- -se-á o transporte de passageiros, o transporte de carga contentorizada, carga a granel e de viaturas ligeiras”, evidenciou o governante, traçando o percurso a ser feito.
“As pessoas poderão sair de Cabinda com a sua viatura e desembarcar no Zaire e seguir para qualquer parte do território nacional ou países vizinhos e depois voltar ao Zaire e fazer novamente ligação com Cabinda. Portanto, sempre no sentido de seguir a coesão social territorial e económica do país”, sublinhou.
Depois de Cabinda e Zaire, o ministro dos Transportes garantiu que o projecto será executado nas “cidades marítimas” de Ambriz, Barra do Dande, Porto-Amboim, Benguela, Lobito e Namibe.
“A ideia é explorar e rentabilizar a nossa costa atlântica para complementar os esforços que estão a ser levados a cabo a nível da rede viária, fundamental, secundária e terciária, a nível do sector aéreo e ferroviário. Portanto, são projectos estruturantes que serão integrados dentro de um plano estratégico nacional de acessibilidade, mobilidade, transporte e logística de Angola”, concluiu.
Por:NJ