Os 17 doentes de ébola que no fim de semana escaparam de um centro de isolamento invadido e saqueado por homens armados com cassetetes e facas em Monróvia, a capital da Libéria, eram procurados nesta segunda-feira (18), disseram à AFP diversas fontes.
Brown, porta-voz oficial designado pela presidente Ellen Johnson Sirleaf para todas as questões relacionadas ao ébola, sugeriu a possibilidade de colocar em quarentena o bairro de West Point, de 75 mil habitantes, onde o centro havia sido instalado recentemente em uma escola.
“Provavelmente todos esses bandidos que saquearam o centro portam agora o vírus do ébola. Uma solução poderia ser colocar o bairro em quarentena”, disse.
O pai de Michel Boima, um dos doentes do centro de isolamento, declarou que não havia tido notícias dele desde o ataque, que ocorreu na madrugada de domingo.
“Tenho medo de que ele morra em qualquer lugar sem que eu saiba”, disse Fallah Boima, por telefone.
O presidente dos jovens de West Point, Wilmont Johnson, declarou nesta segunda-feira aos jornalistas que havia mobilizado uma equipe de buscas no bairro, que não encontrou nenhum rastro dos 17 desaparecidos.
“Procuramos no bairro por toda parte, mas foi em vão. Os que os viram passar dizem que foram para outros bairros”, disse Johnson.
Segundo várias testemunhas, os criminosos gritavam palavras hostis à presidente Sirleaf e diziam que não há ébola no país.
“Ellen (Johnson) Sirleaf (presidente da Libéria) está falida. Quer dinheiro, não existe Ébola” na Libéria, teriam gritado os invasores.
Em cinco meses, a epidemia de Ébola, a pior desde o surgimento da febre hemorrágica altamente contagiosa em 1976, causou mil e 145 mortes, de acordo com o último balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS): 413 na Libéria, 380 na Guiné-Conakry, 348 na Serra Leoa e quatro na Nigéria.