Jovem conta momentos de “terror” vividos após assalto que culminou com a violação de duas mulheres


Um jovem conhecido por Ismael Domingos Dias, decidiu alertar o público através das redes sociais, após ter sido vítima de um assalto recentemente, por volta das 22 horas. A situação ocorreu quando este regressava a casa e deparou-se com uma viatura que fazia serviços de táxi nas imediações do Golf 2 e decidiu usá-lo, tendo sido levado para um lugar incerto com os demais passageiros que seguiam a mesma viagem.

Foto: shutterstock

O jovem começou por alertar a população a tomar cuidado e destacou que a situação do país não está favorável.

“Ontem fui fazer uns trabalhos no Benfica, e quando voltava, percebi que o táxi estava muito difícil, então optei em sair de autocarro (Wuawua) do Benfica ao Golf 2, e consegui, mas quando cheguei ao Golf 2 encontrei o mesmo problema, e já eram quase 22h. Após uns 30 minutos ou mais, apareceu um carro de marca ‘Land Cruiser’, o mesmo estava a chamar Vila, o estranho e que eu não percebi, é que logo que o carro chegou, o casal que estava ao meu lado, disse ‘aqui não tem táxi, vamos já subir nesse da Vila’, sem o motorista dizer nada, pois, o motorista nem havia dito aonde iria, eu também não prestei tanta atenção no momento, tudo que eu queria, era chegar em casa o mais rápido possível”, começou por contar.

No seu perfil do Facebook, Ismael disse que dentre os passageiros havia um agente da polícia que foi brutalmente espancado ao ponto de ficar inconsciente. Consequentemente duas jovens foram violadas.

“Então entramos, eu e mais umas 6 pessoas além do casal, e o motorista estava apressado, tão logo subimos ele começou a andar, segundo ele não era necessário encher (o carro), enquanto íamos, ele perguntou se alguém ficaria na Shoprite, e alguém respondeu que sim, só que, o senhor não foi pela Shoprite, porque segundo ele, tinha operação sei lá de onde, ficamos a discutir sobre o assunto, só assustamos o senhor que estava com a suposta esposa, tirou uma arma da pasta e mandou-nos calar a boca se não quiséssemos morrer, naquele momento ficamos todos em choque, levaram-nos da entrada da Beth, e entraram numas ruas que posteriormente deu acesso a um campo, cheio de capim, e pediram-nos para descer, eu já não conseguia nem me pôr em pé de tanto medo que tinha, mandaram-nos tirar tudo que estava nos bolsos e nas pastas, e depois eles perceberam que entre nós havia um polícia civil, devido aos documentos, infelizmente o senhor foi agredido até ficar inconsciente, foi o primeiro a ser, entre nós, havia também duas moças que só choravam, pelo que parecia, elas vinham também do trabalho, e mandaram elas tirarem toda a roupa e deixaram-nas totalmente nuas ao lado de nós, enquanto eu e os outros jovens estávamos sendo agredidos no exterior do carro”, explicou.

O jovem continuou por contar o seguinte: “Tentamos ao máximo nos defender, só que eles nos apontavam com a arma que tinham, eles colocaram o polícia em um buraco perto de onde estávamos, e depois começaram a estuprar as jovens em frente de nós ficamos todos a chorar e com medo que não poderíamos mais sair daí, foi muito assustador, eu chorava porque as moças gritavam socorro, um dos jovens falou, senhores, por favor, não nos matem, já levaram tudo que nos pertence, deixem-nos ir, não façam isso com as moças, mal terminou de falar, a suposta esposa falou que se ele falasse mais alguma coisa, ela iria atirar, não consegui me conter e comecei a chorar como uma criança, vendo as moças sendo violentadas”.

O jovem disse ainda que após os assaltantes cumprirem os seus objectivos, foram orientados a voltarem para os seus destinos, mas ficaram sem saber como terá sobrevivido o agente, uma vez que estava inconsciente e jogado num buraco.

“Nós só podíamos ficar abaixados, porque quem levantasse seria novamente agredido, segundo eles, depois de um bom tempo, largaram as moças e mandaram-nas levantar e subir no carro, com a porta do carro aberta e com as armas apontadas em nós, eles mandaram cada um de nós tirar suas coisas, (telefones, carteiras, pastas) isso após revistarem em tudo e tirarem tudo de valor que lá tinha. Tiramos nossos pertences, sem ninguém poder ligar os telefones, ficamos todos com medo do que nos poderiam ter feito. Depois de tudo isso, não me lembro o que aconteceu e nem como fomos parar num outro lugar, só sei que é lá onde nos deixaram, não sei como saímos daí, só sei que após nos terem deixado, andamos um pouco e aparecemos na praça dos congoleses (só os rapazes) não sei como fomos aí parar, não sei aonde levaram as duas moças, mas lembro que o polícia não veio connosco, porque ele estava bloqueado, eu só cheguei em casa 2 horas da manhã, tudo porque voltamos andando, não sei sobre os outros, ninguém falou nada na caminhada toda, mas prefiro acreditar que chegaram bem”, frisou.

Por fim aconselhou: “Família, amigos, seguidores, irmãos em Cristo, por favor, tenham muito cuidado, muito mesmo, esse país não está nada bom, existem pessoas por aí, que não têm piedade, não querem saber quem és, só agora tive a coragem de escrever porque eu precisava processar melhor, graças a Deus eu estou melhor que antes e não aconteceu o pior. Por favor, não andem tardiamente, não sei como conseguimos escapar dessa, não é todos os dias que se escapa das mãos desses caras, estou a orar pelas moças, já que não pude fazer nada por elas, escrevo esse texto com muito medo, tristeza e lágrimas nos olhos”.


Gostou? Partilhe com os teus amigos!

0 Comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *