Filipe Quimuanga é um jovem de 29 anos de idade, portador de deficiência física (cadeirante) que superou as dificuldades impostas pela vida e concluiu a Licenciatura em Contabilidade e Finanças como uma nota de 16 valores, contou a AngoRussia a sua história de superação.
O jovem “guerreiro” que percorria longas distâncias para chegar até a universidade, hoje sente-se vitorioso por alcançar uma das suas meta. Filipe contou que, teve de trabalhar num colégio onde ganhava 25.000 Kwanzas e com esse mesmo valor pagava a universidade e atendia algumas necessidades como vestuário e cadeira de roda, mas o dinheiro não chegava, por isso, pagava as propinas em atraso.
“Primeiramente, comecei a trabalhar num colégio onde ganhava 25.000 Kwanzas e pagava 25.000 Kwanzas na universidade, atendendo algumas necessidades, vestuário e cadeira de roda, o dinheiro já não chegava, pagava as propinas em atraso. Fiquei com uma dívida de quase um milhão de Kwanzas. Ia procurando solução, não encontrava, mandava curriculum e nenhuma empresa chamava, passava dias chorando”, começou por contar.
Como “ajudar o próximo é um acto de grandeza”, Filipe conheceu um amigo que o levou até ao promotor da universidade, que após contar a sua história o concedeu uma bolsa de estudo. Apesar de ver a questão das propinas resolvida, o jovem teve de enfrentar uma outra situação que frisou ser a mais difícil. A luta para se locomover de casa até a instituição e vice-versa.
“Abandonei o trabalho e decidi dedicar-me na formação, porque sou filho de pais pobres. Questão da deslocação foi o mais difícil, os taxista rejeitavam-me e eu chorava, vi algumas pessoas a andarem e eu não podia. Não hesitava, ia chorando até a universidade sem táxi e voltava na mesma condição”.
Filipe contou ainda que fez o seu trabalho de fim do curso em duas semanas, e obteve uma nota de 16 valores com a média de 12. E para ver esse sonho realizado teve de enfrentar muitas dificuldades, chuva e sol, tendo muitas vezes chegado às 22h em casa.
O jovem destacou que o governo precisa criar condições para haver mais diálogos com todos os motorista, a fim de olharem as pessoas com deficiência como seres normais, melhorar as vias de acesso, e os proteger de todas as descriminações.
Já formado, Filipe Quimuanga disse que está disposto e preparado para enfrentar outro desafio, a procura pelo emprego, e assim, ajudar no desenvolvimento da pátria.