A empresária angolana Isabel dos Santos, garantiu nesta quinta-feira, 21 de Dezembro, que não foi a única a assinar os empréstimos da operadora de telecomunicações Unitel, à “Unitel International Holdings” e acrescentou que o congelamento de bens é apenas uma medida cautelar.
De acordo uma nota partilhada no stories do seus perfil do Instagram, ao contrário do agora alegado pela empresa nacionalizada Unitel S.A., os empréstimos da Unitel S.A. à Unitel International Holdings BV, não foram aprovados nem assinados unicamente pela empresária. Estes empréstimos, foram objecto de uma aprovação colegial da Assembleia Geral de Acionistas da Unitel S.A. em 2014, e foram igualmente assinados por três membros do Conselho de Administração.
Em causa está a decisão do juiz britânico Robert Bright, que nesta quarta-feira(20), decidiu pelo congelamento de cerca de 670 milhões de euros, controlados pela empresária, num processo movido contra a Unitel International Holdings.
A nota diz ainda que, Isabel nunca recebeu pagamentos, dividendos, e nem usufruiu de salários da Unitel International Holdings BV, e salientou que “a acção cível que decorre no Tribunal de Londres trata-se de uma medida preventiva, ou seja, de uma Providência Cautelar (congelamento) a pedido da Unitel S.A., empresa nacionalizada pelo Estado angolano em Outubro de 2022, que vem agora alegar que os referidos empréstimos não foram devidamente aprovados e que Isabel dos Santos era a única beneficiária da Unitel International Holdings BV”.
No âmbito do plano de internacionalização aprovado pelos acionistas da Unitel S.A.”, Isabel dos Santos, garante que a totalidade do valor dos empréstimos concedidos pela Unitel S.A. à Unitel International Holdings BV, foi utilizado para a aquisição das participações das operadoras de telecomunicações Unitel T+ Cabo Verde, Unitel São Tomé e NOS Portugal.
“Em 2012, a Unitel S.A. informou o Ministério das Telecomunicações de Angola sobre o seu plano de internacionalização e aquisição das participações na NOS Portugal, Unitel T+ Cabo Verde e Unitel São Tomé, tendo inclusive uma delegação de alto nível ministerial do Governo de Angola estado presente no ato de inauguração destas três operadoras. De igual modo, os contratos de empréstimo entre a Unitel S.A. e a Unitel International Holdings BV foram submetidos ao Banco Nacional de Angola (BNA) que licenciou e aprovou os respetivos pagamentos ao exterior com base nas decisões dos acionistas da Unitel S.A.”, lê-se na nota.
Ao finalizar, Isabel reforça que ação principal na qual serão analisados estes e outros factos no Tribunal de Londres deverá ter início em 2024.
A operadora de telecomunicações, fundada pela empresária, avançou com o processo judicial contra a Unitel Internacional Holdings (UIH), detida por Isabel dos Santos. Em causa estão empréstimos de 2012 e 2013, quando filha de José Eduardo dos Santos, era administradora da referida empresa.
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