Teve início hoje, 19 de Junho, a fase de audição das testemunhas indicadas pela defesa da engenheira Isabel dos Santos, no processo em que é acusada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Esta etapa, solicitada pela própria empresária, representa mais um esforço no sentido de exercer o seu direito de defesa face às acusações relacionadas à gestão da Sonangol.

@Instagram Isabel dos Santos
Há mais de um ano e meio, a defesa de Isabel dos Santos pediu ao Tribunal que a Sonangol entregasse documentos considerados cruciais para o esclarecimento dos factos. No entanto, até ao momento, esses documentos não foram disponibilizados, o que, segundo os advogados da empresária, compromete a busca da verdade material no processo.
A defesa pretendia apresentar 73 testemunhas, mas o Tribunal autorizou apenas 7. O primeiro a prestar declarações será o Engenheiro Paulino Jerónimo, ex-Presidente da Comissão Executiva da Sonangol.
Entre os temas a serem abordados destacam-se:
• Os consultores na Sonangol: A defesa quer demonstrar que a contratação de consultores fez parte do plano de reestruturação do sector petrolífero aprovado pelo próprio Governo. Apesar de a PGR estar ciente desse contexto, insiste na manutenção das acusações.
• Pagamentos e salários: A defesa sustenta que os pagamentos realizados aos consultores seguiram os trâmites legais e que os salários dos administradores foram devidamente processados em kwanzas, com total transparência.
Após os primeiros depoimentos, Isabel dos Santos voltou a afirmar que é alvo de perseguição política e defendeu que o processo deve ser arquivado, caso seja assegurado um julgamento justo e o pleno exercício do seu direito de defesa, conforme previsto na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
A fase de audição das testemunhas deverá prosseguir nos próximos dias, com atenção redobrada às provas e argumentos que poderão definir os rumos deste mediático processo.