O dia de hoje marca a data em que a humanidade consumiu todos os recursos naturais que o planeta é capaz de renovar num ano, segundo a organização não-governamental Global Footprint Network.
O “dia da sobrecarga da Terra” é assinalado este ano a 13 de agosto, quatro dias antes do que no ano passado, segundo os cálculos da organização ambientalista que alerta, citada pela agência France Presse (AFP), para o aumento constante e “insustentável” do ritmo do consumo de recursos naturais pela humanidade.
Em 1970, o “dia da sobrecarga” foi marcado a 23 de dezembro, e desde então a data não parou de ser assinalada mais cedo: 03 de novembro em 1980, 13 de outubro em 1990, 04 de outubro em 2000, 03 de setembro em 2005 e 28 de agosto em 2010.
Este ano, “foram precisos menos de oito meses para a humanidade consumir todos os recursos naturais renováveis que a Terra pode produzir num ano”, uma clara indicação de que “o processo de esgotamento dos recursos naturais está a acelerar”, segundo a GFN.
A data representa, para Pierre Cannet, responsável da energia e do clima do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) de França, “o ritmo incrível e insustentável do desenvolvimento mundial”.
“Estamos à beira de um precipício”, declarou à AFP, calculando que até 2030 a humanidade arrisque “chegar ao sobre consumo em junho”.
Segundo a Global Footprint Network, precisaríamos de 1,6 planetas para saciar o consumo de recursos atual.
A organização ambientalista calcula que, se as emissões globais de CO2 não diminuírem, em 2030 a data será 28 de junho.
Pelo contrário, “se reduzirmos as emissões de CO2 em 30%” do seu nível atual, o “dia da sobrecarga da Terra” deverá recuar até 16 de setembro.
“Reduzir as emissões de carbono contribuirá não só para abrandar o aquecimento global”, mas também de “reduzir a pegada ecológica a uma escala global”, sublinha a organização.
Lusa