Hospital pediátrico de Luanda com 15 óbitos por dia, autoridades preocupadas


O Hospital Pediátrico de Luanda David Bernardino está a registar uma média diária de 15 óbitos, por várias doenças, situação preocupante que as autoridades sanitárias generalizam a todo o país.

A informação foi hoje avançada pelo inspetor-geral do Ministério da Saúde, Miguel de Oliveira, que descrevia em declarações à RNA o quadro clínico da pediatria da capital angolana.

O responsável referiu que aquela unidade hospitalar foi já visitada recentemente pelo ministro da Saúde por duas vezes, face à gravidade da situação.

Segundo Miguel de Oliveira, o hospital carece de camas, medicamentos e material gastável para atender à demanda, que nesta altura, considerou, é atípica.

“O novo ministro da saúde inclusive deslocou-se àquele hospital, veja que está apenas a seis dias no cargo e já esteve naquele hospital por duas vezes e orientou de forma muito clara para que se fizesse o reforço do número de camas, isto no banco de urgências, esse reforço foi feito com mais 30 camas”, frisou o responsável.

Miguel de Oliveira disse que, na segunda-feira, foram distribuídos mais alguns meios, o que irá continuar até quarta-feira.

“É uma preocupação do Ministério da Saúde, do executivo, e tudo estamos a fazer no sentido de ajudar aquele hospital e outros hospitais na mesma condição”, disse Miguel de Oliveira.

Além dos problemas clínicos, segundo o inspetor-geral da Saúde, disse que a pediatria tem enfrentado igualmente problemas com o fornecimento elétrico.

A falta de sangue também é outra dificuldade por que passa aquela unidade hospitalar, tendo sido feito o apelo para a realização de campanhas de doação de sangue.

“A única solução passa necessariamente pela doação de sangue. Nós, infelizmente, hoje não temos a doação voluntária, por norma as pessoas só se dirigem ao hospital em situações de extrema urgência e aí doam sangue para os seus familiares. Nós temos que ter a cultura de doar sangue”, sublinhou.

Admitiu que se está perante uma situação atípica este ano, com grandes cargas de chuvas e um débil saneamento básico, cuja combinação fez aumentar o vetor de doenças, particularmente de mosquitos.

“E tendo mosquitos, vamos ter todas as doenças que surgem, cujos vetores são os diversos tipos de mosquito. Daí vamos ter o aumento de casos de malária, dengue, febre-amarela e outros casos. E isto não é só uma situação do hospital pediátrico é uma situação geral, de todo o país”, disse Miguel de Oliveira.

“Se formos a outras unidades sanitárias públicas estão na mesma condição, abarrotadas de pacientes, infelizmente, e nas privadas também. Portanto, é uma situação que devemos atender com muita atenção, com todo o cuidado, mas com todo o zelo, todo o carinho e com sentido humano”, acrescentou.

AR/Lusa/RNA

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