Em tribunal a mulher assumiu igualmente a traição e disse que levou o amante para casa porque o marido já não a queria e tinha abandonado a residência quatro dias antes da infidelidade, quanto ao acusado, assumiu o crime e afirmou que apenas de ausentou da residência para esfriar a cabeça.
A mulher contou que não era feliz com o marido e há muito pedia a separação, afirmando que apesar das evidências, este não a levava a sério.
Durante o seu interrogatório em tribunal, o marido disse que agrediu os dois porque se sentiu traído na sua própria casa, mas a acusação fez saber que o homem chegou a filmar a traição da esposa em intimidades com o amante e divulgou os vídeos nas redes sociais.
Questionado sobre como percebeu que era traído, respondeu que não estava separado da mulher com que está casado há sete anos, mas apenas tinha saído de casa após esta o ter queimado com água a ferver durante uma discussão. Aos juízes declarou que não se recordava do motivo da discussão que levou a mulher a queimá-lo, mas afirmou que não era relevante para o fim da relação.
Em tribunal, o marido disse que teve ferimentos graves, que quase lhe custaram o emprego, e que não denunciou a mulher à Polícia porque teve medo que fosse detida. Como estava triste com a esposa, conta, decidiu sair de casa, mas regressava para trocar de roupa e ver os filhos.
O homem disse ainda, que não percebe por que a mulher o traiu, visto que lhe tinha dado casa, com empregadas, carros e uma vida com luxos.
A acusação, o Ministério Público diz que o marido, após flagrar a mulher e o amante, os agrediu violentamente, fazendo ele justiça, o que não podia, visto que a Lei angolana estabelece como crime a violência doméstica.
Segundo a acusação, os factos acorreram no dia 29 de Abril de 2023, às 05:00 da manhã, na rua dos Generais, no Bairro do Morro Bento, município de Belas, onde residiam, quando este encontrou a mulher na cama com o amante dentro de casa e os agrediu.
Decorridos alguns dias, a mulher, assim como o amante, apresentaram queixa ao Serviço de Investigação Criminal (SIC), por agressão física, e o processo foi dar a julgamento na 5.ª secção do Tribunal de Comarca de Luanda.
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