“Heróis” de Cuito Cuanavale são homenageados no 30º aniversário da histórica batalha


Sob lema “Honra e glória aos heróis da batalha de Cuito Cuanavale”, nesta Sexta-feira (23), no Parque-Museu Memorial da Batalha de Cuito Cuanavale, no Cuando Cubango, angolanos e não só, prestaram merecida e profunda homenagem aos bravos combatentes da vitória do maior confronto militar da Guerra Civil Angolana, particularmente à aqueles que sacrificaram suas vidas pela paz e harmonia que hoje se regista no país. 

Estiveram presentes no acto da celebração do trigésimo aniversário da histórica batalha de Cuito Cuanavale, embaixadores de Cuba, Rússia, África do Sul, Namíbia, titulares do órgão de soberania, deputados da Assembleia Nacional, Magistrados judiciais e do Ministério Público, Entidades das Forças Armadas, autoridades tradicionais e religiosas, antigos combatentes, caravana juvenil patriótica do JMPLA e o público em geral.

Em representação do Presidente da República, João Lourenço, Pedro Sebastião, Ministro de Estado e Chefe de Segurança do Presidente da República, disse durante o seu discurso, que o suor e sangue derramado por aqueles que lutaram e pintaram a vitória da batalha mais prolongada que teve lugar no continente africano desde a Segunda Guerra Mundial, deve eternamente ser lembrado, devido os sacrifícios que os mesmos fizeram pela tranquilidade do país e não só, bem como agradeceu a presença dos representantes da Rússia, Namíbia e África do Sul.

“Foi com muito orgulho que recebi do Presidente da República a honra de presidir este acto de celebração que constitui uma das mais belas páginas do nosso continente, devemos lembrar eternamente daqueles que se sacrificaram para que o inimigo não ficasse com nenhum palmo da nossa terra, apesar de semearem a dor, sangue, luto e choros, mas com determinação, força, coragem, foi possível derrotar a África do Sul racista, pondo fim ao mito da sua invencibilidade no continente africano, para assim vivermos em segurança paz e termos estabilidade, por isso este acto serve para honrar os nossos heróis, para mostrar as gerações vindouras o quanto foi doloroso e trabalhoso alcançar a paz. Aos representantes da Cuba, Rússia, África do sul e Namíbia que até hoje fazem valer o sentido de fraternidade que sempre se verificou entre os nossos povos, foi preciso fazer guerra para acabar com a guerra.” disse Pedro Sebastião, Ministro de Estado e Chefe de Segurança do Presidente da República, durante o seu discurso.

Para honrar a memória de todos aqueles que lutaram no Cuito Cuanavale, foi construído numa área de 3,5 hectares um conjunto de escultórico na praça memorial,  designadamente o monumento dos soldados, bandeira da República, grupo escultórico e a parede dos heróis, que servem para eternizar a grandeza e o sacrifício dos milhares de angolanos que lutaram contra as tropas do regime do apartheid. À entrada do município salta à vista o monumento da bandeira postada num edifício com 55 metros de altura e mil metros quadrados de área útil.

A referida Batalha decorreu entre 15 de Novembro de 1987 e 23 de Março de 1988, no sul de Angola, na região do Cuito Cuanavale, província de Cuando-Cubango, onde se confrontaram os exércitos de Angola FAPLA (Forças Armadas Populares de Libertação de Angola) e Cuba (FAR) contra a UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola) e o exército sul-africano.

Ambos os lados do conflito reivindicaram vitória, e até hoje as narrativas e memórias sobre a batalha são objecto de debate. O evento tornou-se o ponto de viragem decisivo na guerra que se arrastava há longos anos, incentivando um acordo entre Sul Africanos e Cubanos para a retirada de tropas e a assinatura dos Acordos de Nova Iorque, que deram origem à implementação da resolução 435/78 do Conselho de Segurança da ONU, levando à independência da Namíbia e ao fim do regime de segregação racial “Apartheid” que vigorava na África do Sul.

 


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