Angola foi em agosto, pelo sexto mês consecutivo, o maior produtor de africano de petróleo, com 1,775 milhões de barris de crude por dia, acima dos 1,468 milhões de barris diários da Nigéria, cuja produção voltou a cair.
A informação, que resulta de fontes secundárias, consta do relatório de setembro da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), divulgado hoje, e reflete um aumento na produção angolana de 8.800 barris diários, face ao mês de julho.
A Nigéria, que começou 2016 a liderar a lista africana com 1,853 milhões de barris diários (contra os 1,742 milhões de Angola), viu a produção descer até aos 1,444 milhões em maio, o valor mais baixo do ano, segundo a OPEP.
Na origem das quebras estão os problemas com grupos armados no país, que comprometem as operações petrolíferas.
Depois de recuperar em junho, a produção de crude nigeriana voltou a cair, 51.200 barris, em agosto, para uma estimativa de 1,468 milhões de barris, continuando desta forma atrás de Angola, há meio ano.
Um recente relatório da Agência Internacional de Energia refere que só a desorganização, instabilidade política, roubos de petróleo, dificuldades no controlo de grupos armados e aos adiamentos sucessivos da nova lei do petróleo impedem a Nigéria de retomar o primeiro lugar da produção de petróleo em África.
A agência prevê ainda que Angola continue na liderança da produção petrolífera em África até 2020.
O último relatório da OPEP refere ainda que a China voltou a comprar menos petróleo de junho para julho (-2%), descendo para uma média de 7,3 milhões de barris por dia.
Angola voltou em julho a ser o principal fornecedor da China, equivalente a 1,1 milhões de barris de crude por dia (mais 207 mil barris por dia face a junho), ultrapassando a Arábia Saudita e a Rússia.
Angola enfrenta desde final de 2014 uma profunda crise económica, financeira e cambial decorrente da forte quebra nas receitas petrolíferas. Em menos de dois anos, o país viu o barril exportado passar de mais de 100 dólares para vendas médias, no primeiro semestre deste ano, de 36 dólares por barril, segundo dados do Ministério das Finanças.
Segundo a mesma informação, o país produziu em média, no primeiro semestre do ano, 1,77 milhões de barris de crude por dia.
Lusa