A igreja da Muxima foi invadida no passado domingo, 27, por volta das 9h40 por seis homens e uma mulher num momento em que o templo estava cheio de fiéis. Os invasores correram para o altar e atacaram a imagem de Nossa Senhora, noticia hoje o Jornal de Angola.
O ataque, levado a cabo por seis homens e uma mulher – que foram detidos imediatamente a seguir -, provocou danos na imagem de madeira, mas as autoridades eclesiásticas e civis acreditam que será possível recuperar a imagem que foi danificada.
Os autores do ataque entraram na igreja da Muxima, que dista cerca de 130 quilómetros de Luanda, quando se celebrava a missa dominical e, armados de varas, aproximaram-se do altar onde tentaram destruir a imagem.
Segundo o Jornal de Angola, o reitor do Santuário, padre Albino Reis, caracterizou os atacantes como “fanáticos religiosos” que “atacaram com raiva, a imagem da Mamã Muxima que sofreu danos, mas podem ser recuperados”.
Testemunhas do incidente disseram que os atacantes justificaram a acção dizendo que a imagem de Nossa Senhora não tinha significado religioso, pelo que tinha de ser destruída.
Após a tentativa de destruição, o interior da igreja e o átrio exterior foram palco de trocas de insultos e agressões, tendo a polícia posto cobro à confusão, detendo os responsáveis da acção e isolando-os dos fiéis, que queriam fazer justiça pelas próprias mãos.
Segundo o Jornal de Angola, efectivos da Polícia de Intervenção Rápida foram enviados de helicóptero para a Muxima, para reforçar a ordem e segurança.
Os autores do ataque terão alegado pertencer à Igreja da Arca de Noé, uma das centenas de seitas existentes em Angola.
O porta-voz do Comando Geral da Polícia Nacional, subcomissário Aristófanes dos Santos, disse ter sido já criada uma comissão de inquérito, chefiada pelo segundo comandante provincial da Polícia Nacional para a Ordem Pública, Dias do Nascimento, para apurar as motivações do tumulto.
O Governo Provincial de Luanda, numa nota de imprensa divulgada pela agência Angop, classificou o ataque como “bárbaro, vandalismo, violência e fanatismo religioso”, condenando-o de forma “veemente”.
“Neste momento de indignação, o Governo Provincial de Luanda exorta ao Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional e aos competentes órgãos judiciais nacionais, a tomarem todas as medidas achadas convenientes para se punir os autores de tão maléfico acto contra o património angolano”, lê-se na nota, divulgada pela Angop.
O Governo Provincial de Luanda anunciou que vai recorrer ao concurso de especialistas em reconstituição de obras para, “no mais curto espaço de tempo”, recuperarem imagem danificada.
O Santuário da Nossa Senhora da Muxima é o maior espaço de devoção católica no país, e recebe anualmente visitas de mais de um milhão de peregrinos.