Governo gasta quase 1.000 milhões de euros na reabilitação de estradas


Angola vai gastar quase 1.000 milhões de euros na reabilitação de centenas de quilómetros de 17 estradas nacionais e de vias secundárias e terciárias, no âmbito do Programa de Construção e Reabilitação da Rede Viária nacional.

A informação consta de um documento governamental a que a Lusa teve hoje acesso, em que o Presidente angolano autoriza o Ministério do Planeamento e do Desenvolvimento Territorial a incluir estas obras no Programa de Investimentos Públicos (PIP) já de 2016.

Foi ainda aprovada a abertura de um crédito adicional suplementar ao Orçamento Geral do Estado (OGE), no valor de 26,1 mil milhões de kwanzas (142,2 milhões de euros), “correspondente a 15% do valor dos contratos de empreitada dos projetos” enumerado.

Os acidentes de trânsito são a segunda causa de morte em Angola, depois da malária, grande parte dos quais provocados pelo mau estado de conservação das estradas.

Várias empresas de transporte de passageiros chegaram a anunciar a suspensão de algumas ligações entre províncias devido ao estado de conservação das vias.

A intervenção mais avultada deste pacote será a reabilitação da Estrada Nacional 321, uma das saídas de Luanda para o interior, que no troço entre Maria Teresa e o Dondo vai custar mais de 16 mil milhões de kwanzas (87,2 milhões de euros).

No total, estas 17 obras e projetos ascendem a 174 mil milhões de kwanzas (948 milhões de euros), e serão realizadas por empresas chinesas, ao abrigo da Linha de Crédito da China (LCC), já a partir deste ano.

Esta linha de crédito deverá financiar 155 projetos com 5,2 mil milhões de dólares (4,7 mil milhões de euros), a executar por empresas chinesas, estimando o Governo angolano a criação de quase 365.000 empregos.

O setor da construção contará com 33 projetos, mobilizando 1.644.282.124 dólares (1,5 mil milhões de euros) para intervenções em mais de 2.200 quilómetros.

Apesar de executados por empresas chinesas, o Governo angolano garante que estes projetos terão também uma incorporação maior de materiais e empresas nacionais, face às linhas de crédito anteriores.

Angola enfrenta uma crise financeira, económica e cambial decorrente da forte quebra da cotação internacional do barril de crude no mercado internacional, que reduziu para metade as receitas fiscais com a exportação de crude em 2015.

Lusa

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