Autoridades da Migração em Moçambique garantem que não vão extraditar o cidadão angolano Man Gena, que se encontra refugiado com a sua família em Maputo por alegadas perseguições em Angola.
Segundo a agência Lusa, o diretor do Serviço Nacional de Migração (SENAMI), Fulgêncio Seda, garantiu recentemente que, Man Gena e a sua família não serão extraditados para Angola, “apesar de terem entrado de forma clandestina e de permanecerem de forma ilegal” em Moçambique.
O diretor do SENAMI justificou que a lei moçambicana prevê uma limitação à expulsão administrativa, sobretudo “quando há suspeitas de perseguições políticas, religiosas e raciais”, e que é preciso “respeitar esta situação”. Fulgêncio Seda disse ainda que as autoridades nacionais vão analisar as justificações dos refugiados.
“Daí que passos subsequentes serão levados a cabo para, de facto, apurar se realmente os referidos cidadãos angolanos estão a sofrer perseguições políticas”, afirmou.
Na última quarta-feira (01), o activista e presidente da Rede Moçambicana dos Defensores de Direitos Humanos, Adriano Nuvunga, denunciou um caso de alegada violação de direitos humanos, numa esquadra da polícia em Maputo, onde Man Gena e a sua família estarão a ser tratados de forma desumana.
No entanto, a Migração em Moçambique garantiu que Man Gena e a sua família estão num local seguro e, ainda segundo o diretor Fulgêncio Seda, “estamos a prestar todo o apoio necessário, sobretudo em relação à alimentação”.
Seda acrescentou que, num primeiro contacto com Man Gena e a sua família, as autoridades fizeram todo o trabalho de auscultação aos refugiados.
Man Gena, juntamente com a sua família, chegou em Moçambique em Fevereiro deste ano, alegando ter fugido de Angola por causa de perseguições de traficantes de droga que envolvem altas patentes da polícia angolana e de políticos. O cidadão angolano é antigo membro de um grupo de praticantes de artes marciais, criado há mais de 20 anos. O grupo por diversas vezes foi acusado de estar ligado a crimes e ao tráfico de drogas.
