Governo alerta que irá suspender salários de médicos em greve


O Governo angolano alertou nesta quarta-feira (30) que pretende suspender os salários dos médicos em greve, isto porque o executivo cumpriu com os pontos do caderno reivindicativo traçados anteriormente, porém adianta que não irá cruzar os braços pela paralisação dos serviços há quase duas semanas por parte dos referidos profissionais.

A Ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social Teresa Dias, avançou que até aqui, o Governo tem sido tolerante quanto aos grevistas.

“Não vai se processar os salários das pessoas que estiverem em greve, porque já houve bastante tolerância do Governo, vamos preparar outras forças (recursos humanos) e aí onde estiver em falta vamos encaixar, porque é a vida do cidadão que está a ser posta em causa”, disse ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social.

De acordo a governante, a suspensão dos salários dos médicos angolanos, em greve desde 21 de Março de 2022, tem fundamento legal pelo facto destes, à luz da Lei da Greve, estarem com o vínculo jurídico-laboral suspenso após declararem a greve.

Os médicos angolanos retomaram a greve na última semana, após uma suspensão que durou 90 dias, por apontarem alegados incumprimentos na resolução dos pontos do seu caderno reivindicativo, sobretudo no domínio do aumento salarial e melhores condições laborais.

Em conferência de imprensa, a ministra Teresa Dias e a sua homóloga Sílvia Lutucuta, Ministra da Saúde, apresentaram o ponto de situação das negociações com os médicos angolanos e garantiram que o executivo já fez os respetivos ajustes.

“E nesta óptica o executivo não tem mais nenhum ajuste que possa fazer ao que já apresentou”, disse Teresa Dias.

A titular do MAPTSS deu conta que todos os pontos reivindicados pelos médicos foram resolvidos e outros de solução contínua estão em curso, referindo que em relação aos salários houve um aumento de 6% sobre a remuneração base.

Por sua vez, a ministra da Saúde felicitou os profissionais da saúde que continuam a fazer o seu serviço de forma humanizada reiterando o compromisso da melhoria da assistência médica e medicamentosa, melhoria das condições de trabalho e de segurança dos profissionais.

O Governo angolano, recordou Silvia Lutucuta, tem realizado desde 2018 os maiores concursos públicos na história do sector, tendo admitido já mais de 32.000 novos profissionais em todas as carreiras.

 

Fonte: Lusa

 

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