Fiscalização da obra em Laúca vai custar USD 29 milhões


O Governo angolano contratou a empresa DAR Angola para fiscalizar, por mais de 29 milhões de dólares, a empreitada de construção do sistema de transporte e ligação da eletricidade produzida no Aproveitamento Hidroelétrico de Laúca.

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Em causa está aquela que, a partir de 2017, será a maior barragem angolana e uma das maiores de África, em construção pela empresa brasileira Odebrecht, estando esta nova contratação plasmada num despacho presidencial de 07 de dezembro, ao qual a Lusa teve hoje acesso.

Num outro despacho presidencial, de há um mês, foi igualmente contratada a Odebrecht para a assegurar a construção e instalação das linhas de transporte e subestações associadas à produção elétrica gerada naquela barragem, neste caso por 797.523.459,69 dólares (729 milhões de euros).

Caberá agora à DAR Angola garantir os serviços de fiscalização desta empreitada, contratada para o efeito pelo Ministério da Energia e Águas, por 29.272.205 dólares (26,7 milhões de euros), conforme define o despacho assinado pelo Presidente angolano e consultado hoje pela Lusa.

O grupo brasileiro Odebrecht é responsável pela empreitada de construção da barragem propriamente dita, no rio Kwanza, na qual também participam perto de 300 trabalhadores portugueses.

O Aproveitamento Hidroelétrico de Laúca vai produzir, a partir de 2017, cerca de 2.070 MegaWatts (MW) de eletricidade, mais do dobro da capacidade das duas barragens já em funcionamento no mesmo rio, mas ainda insuficiente para as necessidades do país.

Localizada no município de Cambambe, na província do Cuanza Norte, a barragem foi encomendada pelo Estado angolano por 4,3 mil milhões de dólares (3,9 mil milhões de euros), envolvendo financiamento da linha de crédito do Brasil.

Entre os cerca de sete mil trabalhadores, sobretudo angolanos, há 26 portugueses diretamente contratados pela Odebrecht, detentora da obra, e mais 249 ao serviço das empresas subcontratadas de origem portuguesa, casos da Somague Angola, Teixeira Duarte, Epos, Tecnasol e Ibergru.

Além de portugueses, o contingente de trabalhadores expatriados, que não supera 9% do total, integra sobretudo brasileiros, pelo que a maior obra em curso em Angola faz-se essencialmente em língua portuguesa.

A construção envolverá, só em betão, o equivalente à edificação de 40 estádios de futebol, 2.800 casas ou 465 edifícios de oito pisos, de acordo com a Odebrecht.

A implementação dos seis geradores que vão produzir eletricidade implicou a construção de outros tantos túneis subterrâneos numa extensão total de 12 quilómetros, além de um desvio do rio Kwanza.

Esta construção envolverá 30.000 toneladas de aço nas montagens eletromecânicas, o equivalente à construção de cinco torres Eiffel, além de 22.000 toneladas de cimento por mês.

Depois de concluída, só o enchimento da albufeira com a água do Kwanza levará quatro meses.

AR/Lusa


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