Filhos do ex-Presidente José Eduardo dos Santos pedem amnistia e fim dos processos judiciais, diz Jornal


Após os filhos do Presidente emérito, José Eduardo dos Santos, terem firmado o acordo com as autoridades angolanas sobre a transladação do corpo do pai, a Lusa adianta que na referida carta, os herdeiros defendem uma lei de amnistia geral, para se decretar o fim dos processos judiciais e institucionais contra muitos angolanos.

Numa carta mencionada pela Lusa, em que expõem a sua posição quanto à celebração de um funeral nacional para o pai, os cinco filhos mais velhos do ex-Presidente dizem também que ”chegou o momento de pedir desculpa” e pôr fim aos processos judiciais.

Alguns dos filhos do ex-Presidente, nomeadamente a empresária Isabel dos Santos e o irmão José Filomeno dos Santos “Zenu”, bem como colaboradores próximos do ex-Presidente, como os generais “Dino” e “Kopelipa” enfrentam processos nos tribunais, o que no entendimento de alguns analistas é visto como uma justiça selectiva.

Segundo a Lusa, na carta assinada por Isabel, José Filomeno, Tchizé, Joess e Coreon Dú, os filhos salientam que o pai retirou-se voluntariamente dos assuntos públicos, implementando os mecanismos para uma mudança democrática e pacífica de liderança.

“Em vez de uma reforma pacífica e merecida, enfrentou silenciosamente ataques que visavam destruir a sua imagem e o seu trabalho político e social, uma injustiça que levou à divisão da sociedade e ao enfraquecimento do país. Para restaurar a unidade e a harmonia nacional, chegou o momento de pedir desculpa e de reparar os danos causados ao incansável Arquiteto da Paz (José Eduardo dos Santos)”, sugerem os cinco subscritores da referida carta, a que a Lusa teve acesso.

Frisaram ainda que a consolidação do legado político do que apelidam de “Pai da Nação” exige a adopção de uma lei de amnistia geral e o fim dos processos judiciais e institucionais contra muitos angolanos.

“Todos devem ser convidados a participar activamente e a dar o seu melhor para a construção do seu país, Angola”, escrevem os cinco filhos mais velhos, apelando ao respeito pelo luto e comprometendo-se a colaborar na realização de um funeral nacional após as eleições.

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