Familiares das nove vítimas do acidente da LAM ouvidos pela primeira vez


Os familiares das nove vítimas angolanas falecidas na sequência da queda do aparelho do tipo “Embraer” das Linhas Aéreas Moçambicana (LAM), ocorrido no dia 29 de Novembro de 2013, foram ouvidos pela primeira vez, nesta sexta-feira, em Luanda, pelos membros da comissão encarregue do processo de indemnização dos parentes dos sinistrados, identificação e transladação dos corpos para o país.

Em declarações à imprensa, no final de um encontro, realizado à porta fechada numa das salas do Ministério das Relações Exteriores (MIREX), Elsa Luvualo, mãe do malogrado músico Action Nigga, admitiu que muitos dos parentes das vítimas não tinham uma ideia formada para discutirem o caso, por isso acharam por bem constituírem um único advogado para defender a causa das nove famílias.

 “A Kenyon, companhia internacional de serviços de emergência em casos de acidentes aéreos, contratada pelas LAM para tratar do caso, apresentou-nos três sugestões, recebermos partes dos corpos identificados, mesmo não completos, recebermos informações de cada parte do corpo identificada e, finalmente, recebermos os restos mortais completos de uma só vez”, citada pela Angop.

Elsa Luvualo revelou que vai solicitar a Kenyon que translade para o país os restos mortais do seu filho de uma só vez.

“De momento, o que mais me preocupa não é a indemnização mas sim os restos mortais do meu filho”, sublinhou.

No encontro, explicou, as famílias foram informadas sobre o processo de identificação das vítimas, através de DNA, que decorre em Portugal, cujo término dos trabalhos está previsto para os dias 19 ou 20 desse mês.

Por sua vez, Laurindo Lengazamba, tio do falecido Fernando António, reconheceu que o encontro foi positivo, atendendo que serviu para se esclarecer certos pormenores ligados com os trabalhos de identificação e transladação dos corpos.

Na reunião, frisou, os familiares das vítimas receberam um formulário no qual poderão apresentar as suas inquietações, sugestões e decisões relacionadas com o caso.

“Já fomos informados que as LAM estão em condições de indemnizar as famílias das vítimas”, aventou.

O representante da Kenyon, Stephen Gregory, manterá ainda encontros individuais com cada uma das nove famílias, para tratar de questões inerentes ao processo de indemnização, transladação dos restos mortais, entre outros assuntos.

Corpos das vítimas do acidente desmembraram-se em 603 partes

Os corpos das vítimas falecidas na sequência da queda do aparelho do tipo “Embraer” das Linhas Aéreas Moçambicana (LAM), ocorrido no dia 29 de Novembro de 2013, desmembraram-se em 603 pedaços, informou, nessa sexta-feira, em Luanda, o coordenador da Comissão de Investigação do Acidente, José Bravo.

“Se não tivermos êxitos nessa fase, iremos passar para a etapa final de identificação das vítimas por DNA. Razão pela qual pedimos às famílias mais paciência. Estamos a trabalhar dia e noite para os resultados surjam o mais rápido possível”, garantiu.

Segundo o responsável, as amostras de DNA recolhidas dos parentes das vítimas estão já em Portugal para se obter o perfil genético dos familiares, que posteriormente serão cruzados com o perfil genético dos sinistrados.

O avião da companhia aérea moçambicana LAM, proveniente de Maputo, com destino a Luanda, despenhou-se dia 29 de Novembro de 2013, provocando a morte de 33 passageiros, dos quais nove angolanos.

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