Falta de expositores adia FILDA 2016


A edição de 2016 da Feira Internacional de Luanda (FILDA), a maior feira multissetorial de Angola, prevista para julho e adiada para novembro devido à crise, não se vai realizar face à reduzida inscrição de expositores.

Filda 2015

De acordo com um comunicado assinado pelo presidente do conselho de administração da Feira Internacional de Luanda (FIL), José de Matos Cardoso, enviado aos expositores e ao qual a Lusa teve hoje acesso, a 33.ª edição da feira foi oficialmente adiada, ficando agora prevista para 18 a 23 de julho de 2017.

“Havendo necessidade de se manter os níveis de organização e a qualidade da FILDA 2016, por razões técnicas que se consubstanciam na dificuldade de importação de materiais e equipamentos para a montagem da feira e outros dos interesse dos expositores, adia-se a realização da 33.ª edição da FILDA”, lê-se no comunicado.

A Lusa noticiou a 07 de outubro que a FILDA 2016 já não se deveria realizar este ano, por dificuldades financeiras, o que seria a primeira vez em 33 anos, inclusive durante o período de guerra no país, que só terminou em 2002.

Em anos recentes, Portugal teve a maior representação internacional na maior feira de Angola, chegando à centena de empresários presentes em 2014, em busca de novas oportunidades de negócio.

Angola é o maior produtor de petróleo em África, mas enfrenta desde final de 2014 uma grave crise económica, financeira e cambial – que condiciona-a nomeadamente as importações – decorrente da quebra na cotação internacional do barril de crude.

A informação oficial da FIL (empresa privada com capitais públicos angolanos que organiza as várias feiras em Luanda) refere que a 30 dias da sua realização, prevista para 17 a 20 de novembro, a FILDA 2016 contava com “apenas 206 expositores nacionais e estrangeiros”. Trata-se de uma redução de mais de 75% de inscrições face às 853 presenças da feira de 2015, que por si só já tinha registado na altura uma forte quebra.

Os expositores inscritos, prossegue o comunicado, permitiram ocupar apenas 7.721 metros quadrados, muito aquém da área de 28.000 metros quadrados e sete pavilhões de 2015.

“Técnica e financeiramente é inviável a realização de um evento de exposição com uma queda acima de 50% em todos os indicadores, pois tem forte implicação na dimensão, qualidade e visitação da feira, o que contrastaria em grande medida com a expectativa da maior parte dos expositores e visitantes, e elevaria significativamente o nível e insatisfação destes, com consequências negativas agravadas”, lê-se no comunicado assinado por Matos Cardoso.

A mesma informação refere que esta decisão foi tomada “após consulta a expositores e ao mercado”.

Lusa


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