Executivo tenciona recuperar até 50 mil milhões de dólares desviados para o exterior do país


O Executivo angolano, tem pretensões de recuperar nos próximos cinco anos até 50 mil milhões de dólares em activos e bens desviados para o exterior do país, no âmbito do programa de combate à corrupção.

A informação foi avançada pela directora nacional de Recuperação de Activos, Eduarda Rodrigues, durante a sétima edição do “Café CIPRA”, realizada nesta quarta-feira (22), em Luanda, que contou com a participação do ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, e do inspector-geral da Administração do Estado, Sebastião Gunza.

Eduarda Rodrigues salientou que, o montante equivale a um terço do valor total subtraído ao Estado e do erário, com base nas investigações, pode concluir-se que saíram do país, de forma ilegal, mais de 100 mil milhões de dólares.

“Estamos a trabalhar para a apreensão e arresto do referido património. O nosso maior segredo deve ser o silêncio, para que o património não evapore”, afirmou.

A responsável sublinhou também que até ao momento, estão identificados e apreendidos no exterior do país mais de 6 mil milhões de dólares, entre bens patrimoniais e financeiros, que aguardam por uma decisão judicial angolana para o arresto.

“Quando fazemos estimativas, significa dizer que temos identificado muito património e dinheiro no estrangeiro. Estamos a trabalhar no âmbito de requerer as apreensões e arrestos dos bens patrimoniais e financeiros, transferidos de forma ilegal para o exterior do país”, declarou Eduarda Rodrigues, lembrando que existem tramitações legais específicas que devem ser cumpridas.

Eduarda Rodrigues disse que já existem “algumas decisões finais”, mas que ainda não transitaram em julgado, pelo facto de os arguidos terem interposto recursos, que devem ser respeitados nos termos da Constituição.

Vale recorda que, no âmbito do processo de combate ao crime e corrupção, o país já apreendeu mais de 12 mil milhões, 930 milhões 780 mil e 169 dólares, sendo que seis mil milhões, 157 milhões e 35 mil dólares foram recuperados no exterior e o restante em Angola.

 

Fonte: Jornal de Angola


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