A Direcção Nacional da Cultura diz sentir-se culpada e admite ter falhado pelo facto de não atribuir nenhum prémio a Carlos Burity e não descarta a possibilidade de atribuição a título póstumo, pese embora reconheça que não será a mesma coisa.
Para o director nacional da Cultura, Euclides da Lomba citado que falava em entrevista a TV Zimbo, a atribuição de prémios ao autor de sucessos como “Canção Nostalgia”, não seria nenhum favor mas sim uma obrigação moral, com alguém que soube interpretar a alma do Semba.
“Foi uma falha não atribuímos nenhum prémio a Carlos Burity. É inacreditável Carlos Burity não ter recebido nenhum prémio. Não há aqui favores, pelo contrário, é uma obrigação moral. A culpa não é do governo, mas das pessoas”, criticou Euclides da Lomba.
Porém, Euclides da Lomba não descarta a possibilidade de se corrigir o acto com um título póstumo e assume a culpa. “Assumo aqui certa culpa, não é possível o Carlos não ter recebido nenhum prémio. Obra póstuma não é a mesma coisa. Temos é de criar acções para que as pessoas sejam valorizadas em vida”, disse ao ser questionado sobre possibilidade de uma atribuição a título póstumo.
Carlos Burity morreu esta manhã, em Luanda, aos 67 anos, também por doença, deixando um vasto repertório que integra, entre outras canções, “Carolina”, “Onjala Yeya” e “Monami”.