Começou a temida explosão da Covid-19 nos Estados Unidos. Os números oficiais da Organização Mundial de Saúde (OMS) ainda não saíram, mas nesta tarde sites de monitoramento em tempo real da Covid-19 mostram que os Estados Unidos são hoje o país mais afetado pela pandemia, ultrapassando a Itália e a China.
Os Médicos de Nova York dizem que já estão a trabalhar no “modo de desastre” e esperam uma “chegada apocalíptica” de pacientes aos hospitais, que enfrentam falta de equipamentos.
O Congresso se prepara para aprovar um pacote de US$ 2 trilhões, num cenário em que as medidas de contenção não são consideradas suficientes para deter a pandemia. Num único dia, os EUA registraram mais 13.968 casos novos de Covid-19. Segundo o Worldometer, que faz estatística em tempo real, os EUA tinham ontem 82.179 casos. A China, 81.285. A Itália está em terceiro lugar, com 80.589. Outros serviços de monitoramento, como o do New York Times mostram a explosão de casos logo em seguida.
Não faltaram avisos de que esse dia chegaria. A comunidade científica alertava desde janeiro o governo do presidente Donald Trump de que o país seria duramente atingido. Mas só nos últimos 15 dias a Casa Branca começou a tomar medidas mais substanciais, ainda assim, relutantes em relação ao isolamento social. Sem barreiras de verdade, o vírus seguiu então o ritmo projectado pelos cientistas, e explodiu.
O aumento explosivo do número de casos era esperado por dois motivos. Primeiro, porque os EUA, com grande atraso, finalmente começaram esta semana a testagem em massa. E a propagação que era estimada se materializou em números.
O número de mortes nos EUA, porém, ainda é significativamente menor do que o da China e, sobretudo, o da Itália. O país tem 1.177 mortes, 150 delas novas. Na Itália, são 8.215, sendo 712 novas. E na China, 3.287, sendo seis novas.
O Globo