Os Estados Unidos compraram a Angola, no primeiro trimestre de 2016, cerca de 157.000 barris de crude por dia, o melhor registo neste período em três anos, próximo de 10 por cento da produção angolana.
Segundo dados da unidade de estatística (EIA) do Departamento de Energia norte-americano, compilados hoje pela agência Lusa, as entregas diárias de petróleo angolano aos Estados Unidos atingiram este ano o pico de 172.000 barris em março, além de 166.000 barris em janeiro e 133.000 em fevereiro.
A produção de petróleo por Angola ronda os 1,7 milhões barris de crude por dia, segundo números do Governo angolano.
No primeiro trimestre de 2015, segundo dados da EIA, os Estados Unidos importaram de Angola o equivalente, em média, a 109.300 barris de petróleo por dia, enquanto no mesmo período, mas de 2014, ainda antes do agravamento da crise da cotação do crude no mercado internacional, esse registo foi de pouco mais de 108.000 barris diários.
Os dados dos primeiros três meses deste ano só são ultrapassados em 2013, quando os Estados Unidos compraram diariamente, em média, 173 barris de petróleo por dia a Angola.
Estes valores estão contudo longe do melhor período, em 2007, quando no primeiro trimestre o mercado norte-americano importou diariamente 582.000 barris de petróleo.
Depois ter sido ultrapassada em janeiro por Angola como principal fornecedor de petróleo na África subsaariana aos Estados Unidos, a Nigéria recuperou o estatuto na média do primeiro trimestre, chegando aos 232.000 barris diários exportados, indicam ainda os dados do Departamento de Energia norte-americano.
O desenvolvimento de tecnologias alternativas ao petróleo convencional, como o gás de xisto, é apontado pelos analistas como estando na origem da quebra nas importações dos Estados Unidos desde África.
Entretanto, a Agência Internacional de Energia divulgou uma previsão, apontando que Angola será o maior produtor de petróleo da região entre 2016 e 2020, destronado a Nigéria.
Para tal, Angola necessita de atingir a marca de dois milhões de barris produzidos por dia.
Em 2015, praticamente metade do petróleo produzido por Angola foi exportado para a China, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística angolano.
Lusa