Estudantes da UPRA “denunciam” irregularidades no exame global final de Medicina que custa 237 mil Kzs


Descontentes com a difícil situação que dizem atravessar, os estudantes da Universidade Privada de Angola (UPRA), entraram em contacto com o AngoRussia para “denunciar” a instituição por supostas irregularidades ocorridas no exame global final do curso de Medicina.

O Exame Global Final é um dos métodos de avaliação final usados no curso de Medicina, em diversas instituições nacionais. Além deste, outros métodos usados segundo o regulamento da Universidade Privada de Angola específico para o curso de Medicina, é a Monografia e o Relatório de Estágio.

Para o ano lectivo de 2020, a Universidade Privada de Angola (UPRA) optou pelo método de Exame Global como método de avaliação dos Finalistas do Curso de Medicina. E é a partir deste procedimento que os estudantes finalistas apontam irregularidades e reclamam do valor cobrado para a realização do mesmo.

“A turma de finalistas de Medicina 2020 é composta por 99 estudantes. O exame global tem o valor 237 mil kwanzas”, disse um dos estudantes.

Após terem sido submetidos à um exame global oral, de 14 a 16 de Julho, nas áreas Medicina Interna, Cirurgia Geral, Pediatria e Ginecologia dos Hospitais HJM e HGL, os estudantes apontam as seguintes irregularidades:

Falta de aviso prévio a respeito do mesmo, a colocação de médicos cubanos que nunca estiveram envolvidos ou presentes no processo de formação dos finalistas desde o 1° ao 6° ano como presidentes de júris de cada área, o que foi surpresa para os estudantes e para os docentes que fizeram parte da formação dos estudantes. Quando o regulamento interno específico para o curso de Medicina, diz que os finalistas devem ter acesso a lista de júris antes mesmo do exame, o que não aconteceu.

Os Docentes que fizeram parte do processo de formação dos estudantes finalistas desde o início ao fim, não tiveram autoridade nenhuma no exame. Foram literalmente colocados de lado.

Os estudantes alegam que os júris em momento algum mostraram ser pedagógicos, e dirigiram-se sempre de forma arrogante, odiosa e pouco profissional aos estudantes finalistas, humilhando-os durante os exames, com palavras como, “calem a boca”, “vocês não nasceram para esse curso”, “se depender de nós vocês nunca serão médicos” e outras ofensas mais.

Segundo os finalistas, já foram feitas queixas em relação as irregularidades do exame a reitoria da universidade, mas sem sucesso. No dia 30 de Julho, estes terão sido alegadamente ameaçados por parte da Coordenação do curso de Medicina e obrigados a fazer um exame escrito, que não estava previsto no regulamento do curso de Medicina do ano de 2020 da UPRA.

O mesmo também dizem ter ainda registado irregularidades como, o facto da prova estar escrita maioritariamente  em Espanhol (Língua estrangeira), o que dificultou a compreensão, o conteúdo do exame não corresponder ao programa de Angola, nem mesmo da universidade, “o calendário vacinal que constava na prova era de Cuba e outras técnicas ou métodos de tratamentos, que também eram do mesmo país”.

Os finalistas também, acusam a universidade de  falta de humanismo, por negarem uma segunda chance, à uma estudante que perdeu a mãe, e viu-se impossibilitada de comparecer ao exame e a mesma corre o risco de pagar mais 150 mil kwanzas para a prova de recurso direto.

Perto de realizarem os seus sonhos, os finalistas sentem-se injustiçados, porque depois de 6 anos de muito esforço e dedicação, terem feito o estágio curricular num ano atípico de pandemia, terminando com êxito, com reconhecimento por parte dos hospitais em que passaram, e de muito esforço para pagar o valor do exame (237 mil kwanzas em simultâneo com a propina de 50.850 mil kwanzas) em menos de uma semana, que fez um total de 288 mil kwanzas veem-se a correr o risco de pagar um recurso de 150 mil kwanzas.

Os envolvidos pedem aos órgãos de direito que os ajudem a solucionar este caso, pois, estão sob risco de sofrer represálias por parte da universidade.

O Angorussia tem tentado contactar a Direcção da instituição, mas até o momento sem sucesso.

 

Em actualização…


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