Estudantes angolanos vítimas de racismo na Argélia apelam desesperadamente por “socorro” a embaixada angolana


Após terem um ano cheios de emoções e conquistas, os estudantes angolanos que encontram-se a estudar na cidade universitária de El Affroun, na Argélia, tiveram na passada sexta-feira (03), uma noite literalmente de terror quando um grupo de estudantes argelinos invadiu o prémio dos estudantes e espancaram um dos seus colegas, banalizaram e furtaram os seus pertences na residência onde vivem mais de 17 angolanos. Em entrevista ao AngoRussia, um dos estudante contou que estão a ser vítimas de racismo e já apelaram a Embaixada angolana que está localizada na Argélia, por ‘socorro’ porque temem que as suas vidas estão em perigos mas até ao momento não obtiveram resposta.

Com trauma do episódio vivido na passada sexta-feira (03), o estudante que preferiu não se identificar pela sua segurança, partilhou fotografias e vídeos do momento em que os jovens estudantes argelinos de outra instituição invadiram a residência onde vive com mais de 17 angolanos.

O estudante angolano bolseiro da INAGBE, contou que tudo começou muito rápido e que quase ninguém percebia a reacção dos indivíduos.

“ Tudo começou por volta das 19 horas o horário normal de jantar, quando muitos indivíduos que nem deu para contar quantos eram, entraram no refeitório da residência e dirigiram-se para mesa onde estava apenas um estudante angolano porque o outro havia subido para o seu quarto, e os argelinos começaram a bater muito forte no rosto no corpo do meu colega até inflamar-lhe os olhos. Um dos colegas saiu a correr para nos descermos as pressas para poder acudir o colega.

Descemos e os estudantes argelinos saíram do refeitórios todos armados com facas, cadeiras entre outras armas brancas e tivemos que fugir até aos nossos quartos. Mas eles subiram e invadiram nossos quartos, partiram tudo que havia lá, roubaram alguns dos nossos pertences de valor e ainda riram-se de nós”, começou a contar o estudante que prefere não se identificar.

O estudante contou que depois do inesquecível ataque, ligaram para a embaixada angolana que está localizado, explicaram o ocorrido e em resposta o representante da embaixada que não foi identificado aconselhou apenas a ligarem para a polícia que infelizmente não resolveu nada e ainda receberam uma carta de ameaça se não saírem do prédio onde vivem.

“Nós ligamos para a embaixada explicamos tudo que aconteceu, o terror que estávamos a passar e que poderíamos voltar a viver, porque eles mandaram uma carta avisar para sairmos da nossa ‘residência’, caso contrário eles voltaria a fazer tudo de novo. E a embaixada nos respondeu com a polícia que nada fez para nos tirar daqui. Estamos todos com medo, esperamos que a embaixada venha nos ajudar com essa situação”, acrescentou o estudante.

Sem um refúgio seguro para se acolherem, os estudantes angolanos permanecem até hoje na residência na qual ficou em ‘pedaços’, à espera da ‘salvação’ da embaixada angolana naquele país africano.


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