Os estudantes angolanos José Chitongua e Martinho Kutaya, da Universidade da Beira Interior de Portugal, foram finalistas da 1.ª edição do concurso internacional de arquitetura “Museum of Emotions”, realizado no final de Julho, com o projecto intitulado “Amid Submerged Messina Chaos”.
A proposta foi apresentada ao Annual International Architecture Competition, que desafiava os participantes de explorar a arquitetura enquanto evocadora de emoções. O projecto foi desenvolvido por um grupo composto pelos estudantes angolanos José Chitongua e Martinho Kutaya e pelos estudantes portugueses Inês Semedo e Daniel Pacheco.
O desafio passava por desenvolver um museu que incluísse duas salas de exposições que dessem origem a dois tipos de emoções, uma projectada para induzir emoções negativas e a outra para induzir emoções positivas. Os participantes eram livres para escolher qualquer local, real ou imaginário, bem como escolher a escala do projecto. A proposta apresentada pelos estudantes, acabou por ser um museu que se desenvolve num nível abaixo da linha do mar, no Estreito de Messina, identificado como área do mundo com mais lixo marinho, e uma consequente poluição. É um corpo que se desenvolve na vertical e horizontal nas extremidades que permite a humanidade observar o resultado do seu descuido com a natureza.
Em declarações ao AngoRussia, Martinho Kutaya, um dos integrantes do grupo, contou que o facto de chegarem até a final do concurso, trouxe um sentimento de dever cumprido por estarem a representar a lusofonia, em especial Angola, tendo acrescentado que foi bastante satisfatório por serem reconhecidos internacionalmente enquanto estudantes prestes a entrar para o campo profissional.
“O sentimento foi de dever cumprido, tínhamos a consciência de que estamos a representar a lusofonia (Portugal e Angola), em especial Angola que é o público-alvo que mais nos interessa. Temos a consciência de que no ponto de vista da nossa representatividade, enquanto nação no âmbito da Arquitetura Internacional, ainda tem muito para se percorrer, e seguramente o caminho é esse. Foi como se tivéssemos alcançados o primeiro lugar do concurso, não há nada melhor do que ter um reconhecimento internacional enquanto estudantes prestes a migrar para o campo profissional. Acaba por ser inexplicável. Até porque tratou-se de um concurso em que não se podiam recorrer a palavras como meio transmissão da ideia”, expressou Martinho Kutaya.
Participaram no concurso duzentos países dos seis continentes, onde chegaram para a final os países como Angola, Portugal, China, Austrália, Alemanha, USA, Colômbia, Líbano, África do Sul, Hungria, Coreia do Sul, Ucrânia, Canada, Hong Kong, Eslováquia, Líbia, Rússia, Grécia, Bélgica, Chile, Itália Suécia e Angola Portugal.
O título de grande vencedor do concurso, foi entregue para a Austrália que teve o maior número de votos ao apresentar o projecto “Refration”.