O caso do estudante angolano Armindo Jeremias condenado a 20 anos de prisão em Cuba pelo assassinato de um professor, está a merecer a atenção das autoridades angolanas que prometem usar todos os mecanismos diplomáticos a sua disposição para continuar a cuidar do caso.
Armindo Leitão Jeremias estudante finalista do curso Superior de Sistemas de Informação de Saúde, da Faculdade de Tecnologia da Saúde da Universidade de Ciências Médicas de Havana, foi condenado no passado dia 31 de Junho a uma pena de prisão de 20 anos, pelo assassinato do seu professor e amigo.
“Eu não fiz nada, as senhoras acusam-me de algo que não cometi, o professor era como um pai para mim, nunca seria capaz de fazer essa crueldade a um homem de bem”, afirmou o estudante após a leitura da sentença.
O ministro das Relações Exteriores, Tete António, disse em declarações à Agência Lusa que o Estado angolano tem acompanhado o caso, permanecendo em contacto não só através da embaixada de Angola em Cuba, mas através de todos os canais diplomáticos que têm à sua disposição.
“O estudante foi condenado e beneficia da proteção consular, como qualquer cidadão angolano que esteja nesta situação ou mesmo sem estar nesta situação”, referiu o ministro.
A entidade também frisou que, após a condenação, Angola tem acordos específicos com Cuba, que vai utilizar, nomeadamente mecanismos diplomáticos para continuar a tratar do caso.
Questionado se um desses mecanismos poderá ser o pedido de extradição, Téte António preferiu não entrar em detalhes.
“Não quero entrar em detalhes, só quero dizer que existem instrumentos jurídicos assinados entre nós e vamos usá-los, através dos canais diplomáticos, para continuarmos a tratar deste caso”, frisou.
A embaixada de Angola em Cuba, através dos advogados que acompanham o processo, poderá ainda recorrer da sentença junto do Tribunal Supremo Cubano.
Armindo Leitão Jeremias ficou detido durante nove meses, até ao julgamento, tendo o caso sido divulgado por colegas, que partilharam a informação nas redes sociais, apelando à intervenção das autoridades.
Marcos Vilhena, colega e amigo do estudante, contou que um dia antes do corpo do professor ter sido encontrado, a 150 metros da casa do estudante, que alega inocência, Armindo Jeremias havia solicitado ajuda para despesas de pouco mais de 200 dólares (164 euros). Segundo o amigo, o professor, que à data da sua morte era o responsável de logística da Faculdade de Tecnologias da Saúde, era conhecido por ajudar os estudantes neste tipo de situações.
Por: Isabel Silva