A falta de um centro oncológico condiciona o tratamento de doenças de cancro da mama na província de Benguela, considerou, neste domingo, 16 de Outubro, a médica Esperança Ngulu, do Hospital Geral do Lobito, que falava a propósito do “Outubro Rosa”.
Esperança Ngulu, mencionada pelo Jornal de Angola, referiu que a maioria das pessoas diagnosticadas com doenças cancerígenas encontra sérias dificuldades para o tratamento, o que obriga a deslocação para Luanda, à busca da cura. A médica explicou que as dificuldades, têm a ver com o facto desses pacientes disporem de baixo poder financeiro, para fazer face às despesas tanto da estadia na capital do país como da alimentação, o que condiciona o sucesso do trabalho iniciado em Benguela.
Para a técnica do Hospital Geral do Lobito, essa situação seria ultrapassada se a província tivesse um centro oncológico, principalmente agora em que há tendência de surgimento de muitos casos.
De acordo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), anualmente o continente africano regista cerca 1,1 milhão de novos casos de cancro, resultando em mais de 700 mil mortes. Os cancros da mama, do colo uterino, da próstata, do fígado e do recto representam quase metade dos casos anunciados em todos os anos em África.
A OMS refere que as taxas de sobrevivência estão abaixo dos 20 por cento nesta região do mundo, quando comparados com os mais de 80% nos países desenvolvidos.
A OMS aponta como desafio para os Estados africanos a necessidade de fazer frente ao problema e conter-se a doença, cujas lacunas são agravadas pela escassez de especialistas em Oncologia Médica e Radiográfica, Patológica, Física Médica e demais áreas essenciais.