ENI prevê aumentar 54 mil barris de crude à produção angolana a partir de 2018


 A multinacional italiana Eni prevê iniciar em 2018 e 2019 a operação em dois novos campos petrolíferos no ‘offshore’ de Angola, permitindo acrescentar 54.000 barris de crude à produção diária angolana.

A informação foi divulgada pela petrolífera italiana, presente em Angola desde 1980, com uma produção atual diária equivalente a 155.000 barris de petróleo, após a reunião, em Luanda, entre o presidente da ENI, Claudio Descalzi, e o chefe de Estado angolano, João Lourenço.

A petrolífera esclareceu, numa informação enviada hoje à Lusa, em Luanda, que a reunião, na presença igualmente do ministro dos Recursos Minerais e dos Petróleos angolano, Diamantino Azevedo, que serviu para abordar as atividades e projetos da Eni para Angola “para melhorar o acesso à energia e ao desenvolvimento socioeconómico”.

Em fevereiro de 2017, a Eni arrancou com sucesso a produção no East Hub do bloco petrolífero angolano 15/06, cinco meses antes do previsto, permitindo atingir os 150.000 barris produzidos diariamente “num período de tempo muito curto”.

Naquele mesmo bloco, a 150 quilómetros da costa, operado pela Eni, com uma quota de 36,84%, e que integra ainda a Sonangol Pesquisa e Produção (36,84%) e a SSI Fifteen Limited (26,32%), a multinacional italiana prevê arrancar com a produção nos campos Ochigufu e Vandumbu.

“Estão em fase de execução e serão lançados no primeiro semestre de 2018 e no segundo semestre de 2019, respetivamente. Esses projetos, juntamente com um novo sistema de bombeamento submarino que será lançado no segundo semestre de 2018, adicionarão 54.000 barris de petróleo aos níveis de produção atuais”, informou a Eni.

A petrolífera italiana acrescenta que os direitos de exploração no bloco 15/06 foram, entretanto, “prorrogados até 2020”, permitindo assim que a Eni explore o potencial de produção naquela área. Estratégia que “em caso de sucesso” permitirá um desenvolvimento acelerado das reservas, “aproveitando as sinergias com a infraestrutura existente”, além de reduzir “significativamente” o tempo de colocação do crude no mercado.

A reunião entre o Presidente angolano e a líder da Eni abordou ainda o apoio da multinacional italiana à monitorização dos recursos de gás já descobertos em Angola, “para apoiar o mercado doméstico e a produção de energia”, garantindo que está a colaborar com a concessionária estatal Sonangol “para melhorar a eficiência das refinarias existentes e apoiar o desenvolvimento de futuras fábricas”.

No sul do país, uma região fortemente afetada pela seca em Angola, a Eni divulgou que está a apoiar 60.000 pessoas com projetos de desenvolvimento socioeconómico que envolvem a perfuração de poços de água, a instalação de painéis fotovoltaicos, atividades na agricultura, saúde e saneamento e formação.

Angola é atualmente o segundo maior produtor petrolífero em África, com cerca de 1,6 milhões de barris de crude diários, produção que está a ser limitada pelos cortes impostos pelos países produtores, como forma de subir a cotação internacional do barril de petróleo.

Lusa

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