Em duas semanas Laúca pode atingir fase de testes


A tão comentada albufeira da barragem de Laúca pode atingir dentro de duas semanas a marca dos 800 metros cúbitos, o que vai permitr o início dos ensaios da primeira turbina da central eléctrica, segundo disse o director-geral do Gabinete de Aproveitamento do Médio Kwanza (Gamek), Fernando Barros. 

 “Neste momento o nível da água está em 794 metros em termos de capacidade já armazenada, precisando de mais de quatro metros para atingir a cota, podendo alcançar até 25 do mês em curso a cota 800 metros.” O enchimento da albufeira de Laúca, para aprovisionar mais de dois mil milhões de metros cúbicos de água, começou a 11 de Março último, situação que obrigou  o Gamek reter maior parte de água que serve para alimentar as turbinas da barragem de Cambambe,  com capacidade de produção de 960 megawatts, noticia o Jornal de Angola.

Ao falar no programa “Falar Claro” da Televisão Pública de Angola, como convidado, Fernando Barros esclareceu que a retenção da maior quantidade de água em Laúca forçou o maior centro produtor de energia do país, Cambambe, a reduzir a produção, gerando restrições no fornecimento de energia ao sistema norte, sobretudo para Luanda, que é o maior consumidor.

O director do Gamek explicou ainda que a partir do dia 25 Laúca vai reter menos água e Cambambe passa a dispor de um maior caudal e alterações graduais poderão ser registadas a nível das restrições, porque vai também coincidir com a diminuição do consumo, em função da aproximação da época de cacimbo.

Lembrou que, para mitigar o problema da produção decorrente da redução das fontes hídricas, estão a ser instaladas centrais térmicas, sendo uma na zona do Morro Bento e outra no Camama, perfazendo uma capacidade de 100 megawatts.

Ainda nesta fase, o sector pode  contar com motores a diesel e a primeira turbina da Central do Ciclo Combinado do Soyo, com capacidade de 120 megawatts, diminuindo de forma drástica as restrições em Luanda.

Situada entre Cacuso e Cambambe, a barragem de Laúca, em construção desde 2012, é a maior obra de engenharia em execução no país que poderá produzir 2.070 megawatts. Trata-se de um investimento do Estado angolano estimado em 4,5 mil milhões de dólares norte-americanos, que vai permitir interligar os sistemas de energia do Norte, Centro e Sul do país, podendo beneficiar mais de oito milhões de pessoas.


Gostou? Partilhe com os teus amigos!