O jurista Rui Verde defende que o combate à corrupção em Angola deve ser sistemático e que o dinheiro já recuperado a favor do erário angolano deve ser “visivelmente” aplicado em benefício da população.
O especialista em Direito e investigador da Universidade de Oxford, que vai publicar um novo livro intitulado Angola at the Crossroads. Between Kleptocracy and Development (Angola numa encruzilhada. Entre a Cleptocracia e o Desenvolvimento) em março, considera que a luta contra a corrupção, bandeira do Presidente angolano João Lourenço, começou de forma adequada e bastante focada, ao contrário do que acontece agora em que está “atomizada”.
Rui Verde defende, por isso, que os processos ligados ao ex-vice-presidente Manuel Vicente, família dos Santos e aos generais angolanos, devem ter alguma simultaneidade temporal porque as questões estão interligadas.
“Se não o fizer, perde-se o fio à meada do ponto de vista da estratégia anticorrupção”, assinalou.
Por outro lado, a população tem de sentir os benefícios deste combate.
“Uma parte do dinheiro que já foi recuperado devia ser visivelmente investido em benefícios para a população e nesta parte [João Lourenço] está a falhar, fala-se em recuperações, mas ainda não se está a ver o resultado”, disse à Lusa.
Lusa