Crianças de rua abrem o coração e falam de como é dormir e acordar ao relento


Com intuito de dar voz para aquelas pessoas que sobrevivem de baixo de chuva, sol e frio e que para muitos são vistos como ‘invisíveis’, a equipa AngoRussia percorreu alguns pontos da cidade capital para saber dos ‘protagonistas’ como é ser uma criança moradora de rua. 

Ao pé da Escola Njinga Mbandi é possível verificar um cenário emocionante e ‘amedrontador’ ao mesmo tempo. Várias crianças em diversas condições físicas e psicológicas fazem dos arredores da referida instituição o seu local de moradia. Restos de comida e doces diversos (dados por quem passa no local) ‘sustentam’ o organismo, papelão é feito de colchão e produtos entorpecentes servem de alívio e disfarce da realidade, segundo contam as crianças.

A maioria das crianças aponta como causa de ter ido viver na rua maus tratos sofridos por parte dos familiares. ” Vim morar aqui porque o meu padrasto me batia e a minha mãe não fazia nada”. Mas as pessoas que diariamente passam por aquela via afirmam que muitos deles foram aí parar por vício de drogas e dinheiro.

Para as protagonistas não é nada fácil ser morador de rua, passar fome, não estudar e ser visto como delinquente.

” Não é fácil viver na rua, passamos fome, não estudamos e muitas pessoas que passam por nós olham-nos como se fôssemos delinquentes”, contou com semblante de tristeza o pequeno Artur de 11 anos.

José, de 9 anos conta que os moradores  de rua mais pequenos além das causas ambientais, sofrem também com as agressões físicas dos moradores mais velhos. “Quando nos dão alguma coisa que pedimos a quem passa por aqui, os mais velhos nos recebem e nos batem se nós não quisermos dar”.

 

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