Após o Ministério da Educação (MED) ter orientado as direcções das escolas do Ensino Geral de todo país, a realizarem as provas do Iº trimestre, apesar da greve dos professores, estes não compareceram nas instituições e os alunos tiveram que regressar para casa.
Baixada na noite de sexta-feira, no final de uma reunião, via zoom, com os directores das escolas de todas as províncias, a orientação assenta, igualmente, na necessidade de os directores marcarem faltas aos alunos e professores que não comparecerem para as provas que tinham o início previsto para esta segunda-feira(12), até à próxima sexta-feira, dia 16.
Uma equipa do AngoRussia deslocou-se até uma das instituições do ensino geral de Luanda, situada na Urbanização Nova Vida e constatou que os professores não compareceram para a realização das referidas provas. Assim sendo, os alunos tiveram que regressar à casa.
Ao sair da escola, o aluno João António (nome fictício), confirmou ao AngoRussia a informação: “Os professores não apareceram, por isso estamos a ir para casa”.
Por sua vez, uma encarregada mostrou-se bastante solidária com os professores e disse que entende a posição dos profissionais.
“Como encarregada eu lamento a situação, as crianças estão a voltar para casa, estão a perder aulas e provas, mas em parte também compreendo o lado dos professores, o que o Ministério da Educação deve fazer, é analisar e acudir as reivindicações do professores, porque nessa situação os mais prejudicados são os nossos filhos”, disse
Importa ressaltar que os directores foram orientados a comunicar os pais e encarregados de educação o envio dos educandos à escola, a partir de hoje. Aos professores do “regime probatório”, os coordenadores de classe, disciplina e de curso deveriam assegurar a realização das provas no período indicado, mas estes também não se fizeram presentes.
“Os professores do regime probatório que se encontram em fase de avaliação não devem aderir à greve, porque correm o risco de serem afastados do Quadro do Pessoal da Educação”, alerta um comunicado do MED.
Por outro lado, neste domingo(11), o Sindicato Nacional de Professores também passou algumas orientações para todos os educadores na sua página do Facebook, onde apontaram: “Professoras e Professores, mantenham-se firmes, nada vos vai acontecer, quem vos disser que os do probatório não podem fazer greve, peçam-lhe a prova legal. Quando invocarem ‘ordens superiores’ para comparecerem nas escolas amanhã, digam a eles que o Presidente João Lourenço já disse que as ordens superiores devem ter nome e rosto. Quando ligarem ou mandarem sms, digam que estão em greve e que durante a greve as relações jurídico-laborais ficam cortadas. Por enquanto não devemos obediência a nenhum Director, amanhã vamos continuar em casa. Não cedam as ameaças. Eles só querem manter os seus cargos. Nós estamos a lutar pela nossa dignidade. Há muita diferença entre as duas coisas. Recuar nunca”, lê-se na nota informativa.
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