Criança que estaria curada do vírus da Sida volta a apresentar sintomas da doença


Um bebé norte-americano que nascera já infectado pelo VIH, que fora tratado com altas doses de antirretrovirais logo à nascença – e que desde então era considerado “curado” – tornou a apresentar sinais de infecção activa pelo vírus da sida.

Uma criança que se acreditava ter sido curada do HIV agora mostra níveis detectáveis do vírus da Aids, disseram autoridades de saúde dos Estados Unidos nesta quinta-feira.

A criança, conhecida como “Bebê do Mississippi”, foi objeto de um estudo de caso sobre remissão duradoura da infecção publicado no periódico The New England Journal of Medicine no ano passado.

Atualmente com quatro anos, a criança nasceu prematura em uma clínica do Mississippi em 2010 de uma mãe infectada com o HIV. Depois de ser tratada durante 18 meses, ela passou mais de dois anos sem medicamentos antirretrovirais. Durante aquele período, exames de sangue não detectaram níveis do vírus.

“Certamente esta é uma reviravolta decepcionante para esta criança, para a equipe médica envolvida no seu cuidado e para a comunidade de pesquisa de HIV/AIDS”, declarou o diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, Anthony Fauci.

Este desfecho vai ao encontro de outros resultados recentes, que também apontam para o facto de os reservatórios de VIH – os locais do organismo onde o vírus se esconde e fica em estado latente – serem muito maiores e portanto mais difíceis de erradicar do que se pensava.

Entretanto, um segundo bebé igualmente tratado, mas desta vez na Califórnia, ainda permanece livre do vírus. Porém, esta criança continua a tomar antirretrovirais, ao contrário da primeira – não sendo agora nada provável que os médicos arrisquem interromper o tratamento.

Até aqui, apenas um doente no mundo parece ter conseguido expulsar totalmente o vírus VIH – e isso após um transplante de medula óssea. Mas o caso deste homem, conhecido como o “doente de Berlim”, é diferente do dos bebés na medida em que o transplante que recebeu provinha de um dador que apresentava uma mutação, num gene chamado CCR5, que torna as células sanguíneas imunes ao vírus da sida.

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