O crescimento previsto para a economia angolana até 2017 não será suficiente para permitir «distribuir melhor» o rendimento nacional, noticiou o site A Bola citando um estudo feito pela UCAN.
Segundo o relatório económico do Centro de Estudos e Investigação Cientifica da Universidade Católica de Angola (UCAN), apresentado esta quarta-feira em Luanda, Angola irá crescer entre cinco e 5,5 por cento nos próximos anos, enquanto a população deverá aumentar 3,2 por cento por ano.
«Ou seja, o que resta para melhorar a distribuição dos rendimentos e melhorar as condições de vida da população é muito pouco, em termos de folgas», explicou Manuel Alves da Rocha, diretor do centro e um dos autores do estudo.
A justificar o problema está a diminuição de capacidade de produção de petróleo e as dificuldades em diversificar a economia angolana, que continua muito dependente das receitas petrolíferas.
«Não há, por enquanto, formas de compensar, ainda que sejam conjunturais, estas quebras de produção, do valor agregado e das receitas provenientes do petróleo, porque os outros setores ainda não têm as condições de sustentabilidade», alertou.
O responsável defende, por isso, «bons investimentos» no setor público, nomeadamente na área da construção, bem como aumentos salariais.
«Não se pode diversificar uma economia, lançar novas atividades, se não houver consumo. E para haver consumo tem de haver rendimento, poder de compra», frisou.