O número de casos positivos de Covid-19 em Angola continua a aumentar, particularmente na província de Luanda, numa altura em que se nota, da parte da sociedade um total desrespeito das medidas de prevenção e combate à pandemia.
Quando as autoridades do país optaram pelo alívio das medidas restritivas, tornou-se comum, nos últimos dias, assistir o diagnóstico de novos doentes nas unidades hospitalares, muitos deles já à beira da saturação. Pelos números divulgados recentemente, quer de infecções, quer de mortes, fica claro que o país avançou rápido para uma terceira vaga, com novas variantes susceptíveis de colapsar o sistema de saúde debil existente no país. Só no último mês de Setembro, foram diagnosticados 14.459 casos novos, uma média de dois mil casos por semana, com cerca de 300 por dia.
Em termos de mortes, o país registou neste mesmo período um total de 558, a maior parte delas na província de Luanda, que continua a ser o epicentro da pandemia. A semana mais “negra”, em termos de infecções e mortes foi a de 22 a 29 de Setembro com 100 óbitos.
Pelos dados disponíveis percebe-se que os angolanos, não souberam conviver com as medidas de alívio implementadas pelo Governo, e deixaram de fazer o combate serrado e permanente contra o vírus. Apesar dos sinais de alerta e do agravamento da pandemia em Angola, muitos ainda relutam em cumprir as normas do Decreto Presidencial, pondo em risco as próprias vidas, das suas famílias e de milhares de cidadãos inocentes.
Dados divulgados apontam uma taxa de crescimento de cerca de 13 por cento, no mês de Setembro, particularmente nas províncias de Luanda, Huambo, Benguela e Huíla.
Como consequência do agravamento do número de casos, o Executivo angolano voltou a encerrar as praias e piscinas públicas, bem como passou a exigir o cartão de vacinação para acesso a locais como cinemas, restaurantes e outros.
As autoridades de saúde reportaram neste sábado (3) de Outubro, 527 novos casos de covid-19, sete óbitos e 39 doentes recuperados nas últimas 24 horas.
O país conta actualmente com 58.603 casos de covid-19 desde o início da pandemia, dos quais 48.118 são doentes recuperados, 8.911 casos activos (dos quais 27 críticos e 40 graves) e 1.574 mortes.
Angola pretende vacinar 60% da população elegível do país contra a covid-19 até dezembro próximo, ou seja, 7,8 milhões de habitantes maiores de 18 anos, informou na quinta-feira a ministra da Saúde angolana, Sílvia Lutucuta.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.