Cidadãos mortos por segurança no Calemba 2 deixam 10 órfãos


O facto registado na última sexta-feira, 22, na cidade capital, que resultou em triplo homicídio e um suicídio, praticado por um segurança privado de um estabelecimento comercial, sem motivo aparente, deixou a população consternada. Os três cidadãos taxistas que perderam a vida no local, deixaram um total de 10 órfãos.

Foto: O País

Segundo o jornal O Páis, Mbuta Futila, de 50 anos de idade, Sobakidi Miguel, de 35 anos de idade, e Gabriel Ferreira, de 60 anos de idade, foram vítimas mortais de disparos de arma de fogo feitos por um segurança (ainda por se identificar), por motivos ainda não esclarecidos.

Todas as vítimas, com excepção do próprio segurança, viviam no conhecido bairro “Amor e Paz” e, estima-se que no dia do ocorrido, estavam à espera de passageiros na paragem próxima (50 metros, aproximadamente) do estabelecimento comercial assegurado pelo autor dos disparos, para percorrerem a linha Pracinha-Vala.

Faltando dois dias para o seu aniversário, Mbuta Futila foi a primeira vítima mortal dos disparos, tendo deixado duas viúvas e oito filhos, sendo ele quem garantia o sustento da família com o serviço de táxi, após ter ficado sem trabalho por conta do surgimento da Covid-19.

De acordo com o seu irmão, Ntsikalango Pedro, Mbuta trabalhava como pedreiro até antes da Covid, mas, depois disso, decidiu enveredar no serviço de táxi, por falta de emprego e para a família não ficar sem sustento.

“Até agora, continuamos sem entender as motivações dos disparos, porque dizem que o tal segurança, de pé para mão, começou a disparar, e o primeiro a ser atingido foi o Mbuta. Meu irmão era boa gente, respeitoso e fazia óptimas coisas com os passageiros”, disse.

A segunda vítima mortal, Sobakidi Miguel, de 35 anos de idade, trabalhava há mais de cinco anos como taxista, como sua única ocupação, para sustentar os dois filhos (de onze e sete anos de idade), que estão sob sua guarda após ter se separado da mulher.

Sobakidi, segundo o seu irmão, Patamo Pedro, era o “pai e a mãe” dos seus filhos, porque a família assim decidiu quando descobriram que “a sua esposa andou a se comportar mal”.


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