Uma revolução no campo da neurociência está a transformar a vida de pacientes paralisados. Uma tecnologia inovadora, desenvolvida por investigadores do Hospital Zhongshan e da Universidade Fudan, na China, permite que pessoas com paralisia voltem a andar, conectando o cérebro à coluna vertebral por meio de uma cirurgia minimamente invasiva.

Foto: Hospital Zhongshan
O procedimento consiste no implante de um dispositivo no cérebro do paciente que se conecta a sensores posicionados na medula espinhal. Esses sensores interpretam os sinais cerebrais e os convertem em estímulos elétricos, activando os músculos das pernas. Com o apoio da inteligência artificial, o sistema é capaz de aprender e adaptar-se aos padrões de movimento do utilizador, aprimorando tanto a precisão quanto a fluidez dos movimentos.
Um dos casos mais notáveis é o de um paciente paraplégico há dois anos, que, após o procedimento, conseguiu ficar de pé e dar os primeiros passos em apenas 24 horas. O homem, que se tornou paraplégico após um acidente, passou por meses de reabilitação e treino intensivo antes de alcançar este marco. A interface não só possibilita a locomoção, mas também estimula a recuperação dos nervos danificados, abrindo novas possibilidades para a reabilitação de lesões neurológicas.
Os especialistas envolvidos no projecto acreditam que esta tecnologia poderá ser aprimorada e expandida para tratar outras condições neurológicas, como lesões na medula espinhal e acidentes vasculares cerebrais (AVCs). A expectativa é que, futuramente, a interface se torne um tratamento acessível a um número maior de pacientes, oferecendo uma nova esperança para aqueles que sofrem com limitações físicas severas.
Esta inovação marca um avanço significativo na integração entre tecnologia, inteligência artificial e medicina regenerativa, demonstrando que a comunicação entre o cérebro e a medula espinhal pode, de fato, ser restabelecida e optimizada para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.