BNA deixa taxa de juro em Angola nos 16% até final do ano


A taxa básica de juro angolana vai manter-se nos 16% durante o mês de dezembro, por decisão do Banco Nacional de Angola (BNA), justificada com a perspetiva de desaceleração dos preços na economia, informou hoje a instituição.

A decisão consta da nota oficial sobre a reunião mensal do Conselho de Política Monetária (CPM) do BNA, encontro que serve para avaliar os indicadores de crescimento económico e as contas fiscais e monetárias, neste caso de outubro.

Na sequência da análise efetuada à evolução dos principais indicadores macroeconómicos, o CPM constatou “uma desaceleração da inflação no mês de outubro, pela terceira vez consecutiva”, lê-se no documento.

“Este comportamento é explicado pelo controlo da liquidez na economia e pelo aumento da oferta de bens e serviços”, refere o comunicado, a que a Lusa teve acesso.

Ainda assim, a inflação a um ano em Angola ultrapassou em outubro os 40%.

A taxa de juro, cujas variações podem servir para controlar a evolução da inflação, esteve fixada até julho de 2014 em 8,75%, após um corte, na altura, de meio ponto percentual.

Aumentou há mais de um ano para 9%, tendo iniciado um ciclo de subidas, com três aumentos só em 2016, o último dos quais em junho.

Na reunião de 28 de novembro do CPM – cujo teor das conclusões foi hoje divulgado – além de manter a taxa básica de juro nos 16% ao ano até 22 de dezembro (próxima reavaliação), o BNA decidiu não alterar a taxa de juro de facilidade permanente de cedência de liquidez, fixada nos 20% ao ano, e da taxa de juro da facilidade permanente de absorção de liquidez a sete dias, que continua nos 7,25% ao ano.

Devido à crise decorrente da quebra na cotação internacional do petróleo, Angola viu reduzir a receita fiscal para menos de metade em 2015, assim como a entrada de divisas no país, agravando o custo das importações e o acesso a produtos, inclusive alimentares, cujos preços dispararam.

Lusa

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