BNA quer antecipar recompra de 300 milhões de dólares em kwanzas na Namíbia


Angola pretende antecipar o pagamento de mais de 300 milhões de dólares para recompra à Namíbia, em divisas, de milhares de milhões de kwanzas que entraram no país vizinho com o acordo monetário que vigorou temporariamente em 2015.

Segundo informação do governador do Banco da Namíbia (BoN), Ipumbu Shiimi, citado na imprensa local, o compromisso inicial, que “tem sido honrado” pelas autoridades angolanas, envolvia o pagamento de 20 milhões de dólares (18,8 milhões de euros) por trimestre, para recompra dos kwanzas.

Até ao momento, Angola já pagou 120 milhões de dólares (112,8 milhões de euros) à Namíbia, restando ainda pagamentos de 306 milhões de dólares (287,7 milhões de euros) para concluir a recompra total dos kwanzas à guarda do BoN desde 2015.

Segundo Ipumbu Shiimi, os bancos centrais dos dois países estabeleceram a 06 de dezembro de 2016 um novo acordo para este pagamento, que “encurta o período de retorno e aumenta o valor por parcela”.

Em declarações hoje ao jornal namibiano New Era, o governador do banco central daquele país não adiantou mais pormenores sobre este novo acordo, a oficializar pelos governos de ambos os países.

Angola chegou a pedir cinco anos para recomprar todos os kwanzas que entraram na Namíbia em 2015, ao abrigo do acordo monetário que permitia a aceitação recíproca das moedas de cada um dos países (kwanzas e dólares namibianos) em algumas localidades do outro lado da fronteira.

Em pleno pico da crise de falta de divisas em Angola, face à quebra nas receitas da exportação de petróleo, muitos angolanos viram nesta solução uma forma de obter moeda estrangeira (dólares namibianos depois trocados por dólares norte-americanos).

Em julho de 2015, ao fim de um mês em vigor (18 de junho), o acordo monetário já era considerado pelo Banco Nacional de Angola (BNA) como em situação de “descontrolo”, no lado namibiano, ao exceder largamente os montantes estipulados para aceitação reciproca da moeda de cada país.

O acordo pretendia facilitar as trocas comerciais entre as localidades Oshikango (Namíbia) e de Santa Clara (Angola), mas foi definitivamente suspenso em dezembro, ao fim de cinco meses, com 32 mil milhões de kwanzas trocados nas casas de câmbio e bancos do outro lado da fronteira do sul de Angola.

As autoridades namibianas reclamam a recompra destes kwanzas porque não têm utilização naquele país, por ser uma moeda apenas aceite em Angola.

Lusa

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