O governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano disse ontem, sexta-feira (29), que o país tinha cerca de 3.000 milhões de dólares (2.570 milhões de euros) em transferências cambiais em atraso no final de 2017, mas que tem vindo a regularizar.
De acordo com a Lusa, José de Lima Massano disse em Luanda, durante a intervenção de encerramento do VIII Fórum Banca, promovido pelo semanário angolano Expansão, adiantando que o BNA está “em fase adiantada de resolução dos pendentes cambiais de anos anteriores”.
Em causa estão pagamentos em atraso ao exterior, em divisas, destinados à importação de matéria-prima, aquisições diversas, repatriamento de fundos ou transferência de salários de trabalhadores expatriados.
Contudo, José de Lima Massano não quantificou o valor atualmente pendente de transferência para o estrangeiro.
Estes atrasos foram acumulados devido à escassez de divisas provocada pela forte crise económica, financeira e cambial que se arrasta no país desde finais de 2014, devido à quebra nas receitas com a exportação de petróleo.
No que se refere ao apuramento da taxa de câmbio, José de Lima Massano avançou a intenção de o banco central passar a “captar os movimentos diários de compra e venda de divisas que ocorrem no mercado” e assim “deixar de ser o câmbio formado unicamente com a realização de leilões semanais” organizados pelo BNA.