A bastonária Elisa Gaspar foi afastada pelo Conselho Regional Norte da Ordem dos Médicos de Angola (ORMED) da liderança do órgão por uma suposta gestão danosa de bens financeiros e patrimoniais.
Elisa Gaspar, eleita bastonária da Ordem dos Médicos de Angola a 28 de Abril de 2019, com 45,5 por cento dos votos, é acusada de ter desviado 19 milhões de kwanzas.
Conforme o comunicado final da assembleia-geral, a que a ANGOP teve acesso, além da destituição da bastonária, os mais de 50 por cento dos membros da ORMED constituíram comissões de gestão e de inquérito independentes, para auditar as contas da instituição.
A comissão de gestão, que tem 90 dias para preparar um novo processo eleitoral, integra os médicos Arlete Luele, Rosalon Pedro, Jeremias Agostinho, Benedito Quintas e Armando Caála.
Já a comissão de inquérito inclui os médicos Filomena do Amaral e Desidério Sossanje.
A Assembleia-geral Extraordinária teve a participação presencial de 53 médicos, contra 408 que estiveram via Zoom, em representação dos conselhos regionais norte e sul.
No final do encontro, o presidente do Sindicato dos Médicos, Adriano Manuel, disse que a bastonária estava a criar um “clima nepotismo” e demonstrava falta de solidariedade para com os seus colegas.
Para o também membro da ordem, além de gestão danosa, Elisa Gaspar mostrou-se indiferente às manifestações de homenagem ao falecido médico Sílvio Dala, atitude que considera um autêntico “sinal de desprezo aos problemas da classe”.
Já o médico Jeremias Agostinho disse ter sido tomada uma decisão soberana.
“É uma deliberação justa e há mais possibilidades da instituição ter funcionamento mais consentâneo com os interesses dos médicos. A bastonária já não representava os interesses da classe”, acusou.
Posição idêntica teve a presidente de mesa da assembleia do Conselho Regional Norte da Ordem dos Médicos de Angola, Arlete Luel, que considera terem dado “um passo certo”.
A médica pediatra-neonatologista Elisa Gaspar esteve ausente do encontro deste sábado.
AR/Angop