O banco holandês Ing vai financiar com mais de 430 milhões de dólares (405 milhões de euros) o projeto público de reabilitação da Marginal da Corimba, em Luanda, segundo um despacho presidencial que autoriza o negócio.
O despacho, de 14 de novembro e ao qual a Lusa teve hoje acesso, refere tratar-se de um projeto público que visa garantir a valorização da preservação da zona costeira e reforçar as acessibilidades ao centro de Luanda, nomeadamente para “solucionar os problemas de congestionamento e dificuldade de circulação”.
Os holandeses do Ing Bank vão financiar com 430.462.193 dólares (405 milhões de euros) a obra de dragagens, remoção de terra e proteção da costa da marginal da Corimba, uma das duas empreitadas deste projeto e que está avaliada em 615.208.842 dólares (579,8 milhões de euros).
Este contrato foi adjudicado, por despacho presidencial de 25 de janeiro, ao consórcio formado pelas empresas Urbeinveste Projetos Imobiliários, da empresária Isabel dos Santos, filha do Presidente angolano, e a Van Oord Dredging and Marine Contrators.
O despacho não adianta informação sobre as condições deste financiamento holandês ao Estado angolano, sendo apenas autorizado o ministro das Finanças, Archer Mangueira, a assinar o acordo de financiamento.
O Governo angolano já tinha garantido este mês um outro financiamento do Ing Bank, neste caso de 13 milhões de euros, para a aquisição de um ferryboat a um estaleiro holandês.
A Lusa noticiou em fevereiro que o Governo angolano contratou obras no valor de mais de 1,2 mil milhões de euros para reformular a conhecida marginal da Corimba, a sul de Luanda.
O despacho de janeiro autorizando os contratos de empreitada refere que o Governo “está comprometido na reabilitação dos problemas atuais de congestionamento” em Luanda, sendo precisamente a marginal da Corimba um dos pontos críticos.
Em causa está a implementação do Projeto Marginal da Corimba, que “deve garantir a sua reabilitação” e permitir um “rápido acesso ao centro da cidade e facilidade de escoamento do tráfego rodoviário”.
Este projeto prevê duas empreitadas, incluídas, por decisão do Governo, na Programação Anual de Investimentos do Programa de Investimentos Públicos.
A segunda obra é a construção propriamente dita de reabilitação e acessibilidades, a realizar em consórcio pelas empresas Landscape e China Road and Bridge Corporation Angola, por 690,1 milhões de dólares (650 milhões de euros).
Para retirar pressão ao transporte rodoviário em Luanda, província com 6,5 milhões de habitantes, o Governo angolano está a criar corredores específicos para autocarros, e reforçando a oferta de transporte público através de linhas de catamarãs até ao centro da capital.
Está também prevista a implementação do Metro Ligeiro de Superfície da marginal da Corimba.
Lusa