As autoridades angolanas cortaram em um terço o valor máximo de divisas com que cada residente cambial pode sair do país, alegando um cenário de “fuga de capitais” que pode colocar em causa a estabilidade monetária.
A medida foi tomada em reunião conjunta das comissões económica e para a economia real do Conselho de Ministros, realizada quinta-feira em Luanda, e coloca o limite máximo em 10.000 dólares, para maiores de 18 anos, e 3.500 dólares, para menores, residentes cambiais, contra os anteriores 15.000 dólares e 5.000 dólares, respetivamente.
“Isto tem a ver com a necessidade de protegermos as divisas dentro do território nacional, porque verificamos que tem estado a haver uma fuga de divisas e a pôr em causa a nossa estabilidade monetária”, anunciou no final desta reunião o governador do Banco Nacional de Angola (BNA) Valter Filipe da Silva.
A medida afeta cidadãos nacionais e estrangeiros residentes em Angola, que passam a ter o mesmo limite para saída de divisas, por viagem, face aos não residentes cambiais.
Angola enfrenta desde o final de 2014 uma profunda crise financeira, económica e cambial decorrente da quebra da cotação internacional do barril de crude, que fez as receitas com a exportação petrolífera cair para menos de metade no espaço de um ano e com isso a entrada de divisas no país.