O actual Ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, admitiu durante uma visita em Benguela, que a demora na recepção das receitas fiscais podem continuar a atrasar o pagamento de salários da função pública em Angola, e trabalhadores dizem não estar preparados para viver uma situação igual a de Maio.
Após pressão feita por vários sindicatos, na última semana, o governante revelou haver uma incompatibilidade no momento da recepção das receitas fiscais e o momento do processamento dos salários, condicionando o pagamento a função pública atempadamente. Apesar dos constrangimentos e dos esforços que estão a ser feitos pelo governo, José de Lima Massano, adianta “não existir garantias de que a função pública, não volte a passar pelo mesmo dilema”, e aproveita a ocasião para desculpar-se com às famílias afectadas pelos transtornos.
“Temos um certo desfasamento entre a altura de recepção de fundos resultantes da arrecadação fiscal e o momento em que os pagamentos são efectuados. Em alguns meses vamos tendo desfasamento, foi o que essencialmente acabou por acontecer, condicionando o pagamento dos salários. Gostaríamos de aproveitar a oportunidade para pedir desculpas pelos transtornos e dizer que tudo estamos a fazer para que estas situações desapareçam”, afirmou o ministro de Estado.
Em entrevista a Voz da América, funcionários públicos que participaram da manifestação contra o aumento do preço dos combustíveis e os excessos do governo, no último final de semana, disseram que os atrasos com o kwanza em depreciação vão complicar a vida das famílias.
“É um outro barulho, estamos num país onde a cesta básica dispara de forma descarada, o Governo não dialoga. Portanto, não estou preparado para mais atrasos [salários], se eles atrasarem, então que digam ao povo que não conseguimos o país, vamos mudar”, frisou o professor Cassinda Siliveli.
Fonte: Voz da América
Por: Irinea Lukombo