Astrofísico angolano fotografa “eclipse total do sol” e a foto servirá para desenvolver estudos científicos


A fotografia do astrofísico angolano feita ao eclipse total do sol observado no Uganda, a 3 de Novembro deste ano e divulgada pelo NASA, servirá para desenvolver estudos científicos a fim de ajudar a compreender o actual comportamento do sol – disse (sexta-feira), em Luanda, o autor da imagem, Jaime Manuel pombo Vilinga.

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De acordo com o astrofísico, que falava à Angop sobre a sua participação no Eclipse Total do Sol do Uganda, a partir desta imagem podem ser feitos
muitos estudos, dependendo de cada grupo científico e a especialidade dos integrantes que a estiverem a analisar.

Na referida imagem, que ilustra a coroa interna do sol, concretamente a parte mais encostada ao bordo da lua, pode-se ver muita actividade solar e há uma nuvem de plasma que se destaca do astro, o que fará com que os cientistas estudem o próprio plasma, a heliosismologia, fotometria, campo magnético solar tendo em conta a nuvem espelhada na fotografia.

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Por outro lado, não era previsto haver uma nuvem de plasma tão destacada do sol daquela forma, daí ser necessária a revisão das equações para ver se se enquadram nos padrões, caso contrário criar-se-ão, talvez, novas variáveis para se poder compreender o comportamento do sol como a imagem mostra.

Para si, há outros fenómenos que podem ser estudados a partir da imagem do bordo do sol, além do plasma, como por exemplo, do lado esquerdo da imagem pode-se ver a coroa solar onde há “um jacto de vácuo, que é motivo também de muito estudo e leva até mesmo alguns anos para se obter resultados palpáveis da imagem”.

Segundo o astrofísico, este eclipse do sol é de certa forma especial com várias características, uma delas é que o ciclo da actividade solar está a atingir o seu máximo, daí a primeira grande preocupação científica, a outra é por ter sido híbrido, isto é, começa com eclipse anular do sol e mais tarde se transformou em total.

Ao se transformar em eclipse total, acrescentou, teve uma duração muito curta, ou seja, na região que fazia parte o astrofísico angolano o fenómeno teve um tempo de 19 segundos, enquanto em todo seu percurso em terra não foi mais de 25 segundos.

“Na República do Gabão, por exemplo, foi de 25 segundos e até a sua chegada no Uganda foram 19 segundos, o que constitui um tempo reduzido para se fazer um trabalho refinado e que possa ser digno nos anais da ciência, porquanto um milésimo de segundos de movimento é suficiente para estragar todo
trabalho” – explicou.

Neste tempo, disse, foi possível filmar e fazer algumas fotografias pela equipa
formada por um egípcio, ele próprio e cinco franceses, que aplicaram as suas experiências nas várias bandas do espectro electromagnético. No final, a equipa foi unânime em seleccionar a foto do engenheiro Jaíme Vilinga.

Este imagem foi submetida em primeira instância ao Centro Nacional de Investigação Científica Francês, onde foi sugerida que fosse entregue à NASA para estudos científicos, que a publicou na sua página oficial a 7 de Novembro deste ano.

Jaime Vilinga faz parte de uma equipa científica do Instituto de Astrofísica da Universidade de Paris 6, adstrito ao Centro Nacional de Investigação Científica de França, pelo facto de ter feito o seu doutoramento nesta área naquele país francófono.

A partir de 2001 que colabora com os cientistas franceses, numa acção que começou durante o eclipse total do sol em Angola, a 21 de Junho daquele ano.
Sempre que há tais fenómenos em qualquer parte do mundo, a equipa desloca-se a uma localidade que oferece melhor possibilidades de observação.

Neste contexto, o engenheiro angolano já esteve em missões no Egipto em 2006, Sibéria em 2008 e Austrália em 2012.


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